o nome do belga foi anunciado na manhã desta segunda-feira,
e a imprensa desportivo escreve que vercauteren deverá assinar um contrato que
se estenderá até ao final da época. para já, na quinta-feira, deverá assistir
na bancada do cristal arena ao próximo encontro do sporting, na liga europa –
contra o genk, equipa com a qual conquistou o seu último título.
em maio de 2011, a sagrou-se campeã belga ao derrotar, na
derradeira partida da liga, o standard de liège. um ponto que culminou os 64
com que terminou a fase regular do campeonato.
só confirmaria o título no playoff – que se disputa entre os cinco primeiros classificados. no
final, com 40 encontros disputados, o resultado: 25 vitórias, nove empates e
seis derrotas. acabou como a equipa que menos golos sofreu (20) e a que mais marcou
(80).
nessa equipa, imperavam nomes hoje mais destacados, mas que,
à época, não passavam de jovens cujo nome pouco ecoava fora da bélgica: thibaut
courtois, guarda-redes do atlético de madrid e kevin de bruyne, do werder
bremen (ambos emprestados pelo chelsea) eram os destaques, além do mais
experiente da equipa, thomas buffel, que continua por lá e que vai defrontar o
sporting, na quinta-feira.
ainda em 2011, vence a super taça da bélgica, já depois de
ser eleito como treinador do ano.
anos antes, no anderlecht, o sucesso começara por chegar como
técnico-adjunto. em 2000 e 2001, é campeão pelo clube de bruxelas, e só sai da
sombra de 2005 quando, já como treinador principal, guia a equipa até ao
título. na época seguinte, repete a conquista.
em maio de 2008 volta à sombra. vercauteren chega à selecção
belga, mas como adjunto de hugo roos. assim permanece durante um ano, marcado
pelos resultados negativos. roos é demitido, e abre-se a porta ao ex-treinador
do anderlecht.
porém, dura apenas cinco meses, marcados por prestações
negativas que tiram a bélgica do mundial de 2010, e empurram vercauteren também
para fora da selecção – três derrotas e uma vitória nos jogos da fase de
qualificação que disputou.
depois, de volta aos clubes, vercauteren é campeão com o
genk. mas em agosto de 2011, os petrodólares do abu dabi cativam o belga a sair
para o al-jazira, onde fica até abril deste ano. saiu do clube por alegadas
incompatibilidades com os jogadores.
a treinar, o sucesso de franky vercauteren centra-se na
bélgica. como jogador, foi com a sua selecção que mais brilhou, e será por aí
que o seu nome poderá ser recordado por quem tinha olhos para ver a selecção
belga da década de 80 do século passado.
em 1986, os ‘diabos vermelhos’ ganharam fama e nome com o
quarto lugar que alcançaram no mundial do méxico, ou para alguns, no torneio de
diego armando maradona, a lenda argentina que marcou dois golos à bélgica
quando ambas as selecções se cruzaram nas meias-finais. nessa equipa, coabita
com vicenzo scifo, eleito melhor jovem desse mundial, e outros nomes como eric
gerets, franky van der elst, rené vandereycken e hugo broos – como técnico, foi
adjunto dos dois últimos.
em clubes, disputou e venceu com o anderlecht uma taça uefa três
anos antes, em 1983, contra o benfica, em pleno estádio da luz. em 1976 e 78,
conquistou duas taças das taças. no mesmo clube, venceu quatro campeonatos
belgas.
como jogador, títulos não faltam. a treinar, também tem
currículo para mostrar. o desafio, agora, é segurar uma equipa do sporting que,
mais do que tudo, precisa de tempo. e face à instabilidade que rodeia o clube
(adeptos, resultados, problemas financeiros) e a estrutura que não se vê na
direcção, poderá ser este o principal adversário de franky vercauteren.
tempo que o belga precisará para ir furando a barreira da
língua, de quebrar a novidade de trazer processos e métodos novos para os
jogadores e colocar a equipa a jogar como queira. esta época, tal como em
outras anteriores, a paciência em alvalade não abunda.
mas, e tal como aconteceu com ricardo sá pinto, o novo
treinador chega com margem levar o sporting a fazer muito melhor. o contrário,
diga-se, seria difícil.