nos primeiros nove meses de 2012, o comércio bilateral cresceu 9,1 por cento, para 355,42 mil milhões de dólares, fazendo da china o segundo maior parceiro dos estados unidos.
a china, cuja carteira de títulos do tesouro norte-americano, soma 1,154 biliões de dólares, é também o maior credor dos eua.
em 2011, as exportações norte-americanas para a china alcançaram o montante recorde de 129 mil milhões de dólares e as importações atingiram também o valor mais alto de sempre: 411 mil milhões de dólares – mais do dobro do que os eua vendem para o mercado chinês.
a china é acusada de manter o yuan “artificialmente subavaliado” para aumentar a competitividade das suas exportações.
o republicano mitt romney ameaçou que, se for eleito, logo “no primeiro dia” do mandato qualificará a china como “manipulador cambial”, uma sanção rara, que implica a imposição de tarifas suplementares à importação de produtos do país infrator.
“se o ‘presidente romney’ estiver determinado a manter a sua palavra”, advertiu já a agência noticiosa oficial chinesa xinhua, “a china talvez seja forçada a retaliar e então a sua administração estará muito provavelmente no caminho de uma guerra comercial global”.
num outro comentário acerca do défice comercial norte-americano em relação à china, a xinhua realçou que “grande parte das exportações para os eua é de bens de mão-de-obra intensiva, cuja produção foi abandonada pelas empresas norte-americanas na mira de lucros mais elevados”.
os produtos da apple custariam mais do dobro se não fossem montados na china, exemplificou um subdirector do ‘china daily’ ao criticar os adversários da deslocalização das empresas norte-americanas para o seu país.
“se os cidadãos dos eua que querem estes empregos insistirem em ser pagos segundo o salário mínimo do seu país, o que significa 7,25 dólares à hora (seis vezes mais do que em pequim), os seus patrões não conseguirão competir no mercado global”, argumentou o comentador.
o democrata obama, candidato à reeleição, também tem criticado a política cambial chinesa e durante o seu mandato o yuan valorizou-se cerca de dez por cento face ao dólar norte-americano.
segundo o governo chinês, o défice comercial diminuirá se os eua autorizarem a exportação de alguns produtos de alta tecnologia para a china, que, por “razões de segurança”, washington proíbe.
em setembro, na segunda visita que efectuou este ano à china, a secretária de estado norte-americana, hillary clinton, defendeu que os dois países “ganham mais quando cooperam do que quando caiem numa doentia competição”.
“nunca concordaremos sempre sobre todos os assuntos, mas continuamos a falar. estamos a aprender a gerir as nossas diferenças”, afirmou.
é essa, também, a postura adoptada pela liderança chinesa.
“devemos abordar as nossas diferenças de maneira correcta, respeitando e acolhendo os interesses e preocupações de cada um”, disse o presidente hu jintao a clinton.
na terça-feira, pequim instou barack obama e mitt romney a conterem-se nas declarações em relação à china, na sequência do terceiro e último debate para as eleições de 6 de novembro, durante o qual os dois candidatos consideraram o país asiático como “um sócio potencial”, desde que cumpra “as regras do jogo
a xinhua analisou o debate e sublinhou que, pela primeira vez, “ambos os candidatos” viram a china como “um sócio”, apesar de ter sublinhado que os dois políticos continuam a utilizar pequim para “valorizar vitórias políticas”.
“os candidatos presidenciais deviam ter cuidado quando vão longe demais com os ataques à china”, na tentativa de conquistarem votos, já que “a concretização de promessas” obriga ao seu cumprimento, referiu a agência.
lusa/sol