Renascer onde o futuro treinador foi feliz

Por momentos esqueceu-se que na quinta-feira, o Sporting volta a tentar subir o primeiro degrau da escada de recuperação. A equipa tropeçou nos últimos três passos que deu, e tombou de volta ao início: três derrotas no trio de jogos anterior. Ontem, confirmou-se que Franky Vercauteren será o próximo treinador dos leões, mas antes, o destino…

este é o cognome que vercauteren ganhou na bélgica, nos seus
tempos de jogador, quando o seu pé esquerdo trilhava os caminhos no meio campo
de um anderlecht onde foi quatro vezes campeão e venceu uma taça uefa – contra o
benfica, em 1983.

os tempos mudam, as pessoas também: hoje, a taça uefa
chama-se liga europa; vercauteren estará em genk, nas bancadas, a ver o seu
futuro clube, cambaleado, ferido pelo mau início de época, defrontar a equipa
que, em 2011, levou à conquista do campeonato e super taça belgas, do qual
saiu, inesperadamente, ainda com o sabor fresco do sucesso, para uma aventura
milionária no abu dabi.

e das bancadas assistirá a um sporting que lutará para sair
do último lugar do grupo. o nulo caseiro com o basileia e a derrota na visita
ao videoton (3-0) deram apenas um ponto aos leões, e tornaram esta visita à
bélgica num desafio no qual a equipa é obrigada, no mínimo, a pontuar.

em caso de empate, terá depois que vencer os dois encontros
que lhe restam disputar em casa. isso sim, será obrigatório.

na bélgica, o sporting terá o que melhor poderá fazer no
relvado: posse de bola. até oceano, o técnico interino desde o inicio de
outubro – e que ainda vai orientar a equipa na terça-feira, contra a académica
-, o reconheceu. «tenho vindo a preparar a equipa, tentando trazer o que os
jogadores têm de melhor, que é a qualidade técnica», defendeu.

essa técnica, nos pés, tem dado aos leões muita bola nos últimos jogos – 75% é a média de posse de bola
com que terminaram os encontros fora de casa esta época. a bola não lhes é
estranha, o problema é antes o uso que dela fazem, ou o que não fazem.

contra o videoton, os leões fizeram um total de 741 passes,
627 dos quais pelo relvado. porém, os passes consecutivos que conseguiam trocar
entre si, em média, fixou-se nos seis, como mostrou o site whoscored.

no ataque, a equipa tenta poucos passes verticais, pelo
chão, e preferem quase sempre as combinações junto a uma faixa, para libertar
um extremo que depois bombardeie um cruzamento para a área, onde wolfswinkel,
contra três defesas, luta quase sempre sozinho por bolas que raramente lhe
chegam.

pela frente estará um genk que, além de não perder há 11
jogos, marcou sempre também nos últimos 11 encontros que disputou em casa. em
muito tem ajudado jelle vossen, avançado que já tem oito golos esta época – e que
constava na última lista dos 100 jovens mais promissores da famosa revista
espanhola don ballon, que cessou a
sua publicação em setembro de 2011.

os belgas lideram o grupo com quatro pontos. o sporting joga o seu futuro na na competição, e terá que conseguir hoje o que ainda não fez esta época: marcar golos na europa.

até agora, os leões são um dos piores ataques da liga europa. qual é um dos outros? o marítimo, que hoje defronta em sua casa os franceses do bordéus (20h05), e o restante (mau) exemplo vem de belgrado e do seu partizan. 

em madrid, e contra os ainda campeões da prova jogará a académica. o atlético recebe os ‘estudantes’ num encontro em que prescindiu de falcao, mas que contará com os portugueses tiago e sílvio.

diogo.pombo@sol.pt