Militar acusado de ataque em Bissau nunca teve asilo político em Portugal

O Governo português esclareceu hoje, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que o militar acusado pelo Governo de transição guineense de ter liderado um ataque em Bissau “não tem, nem nunca teve, o estatuto de asilo político em Portugal”.

“em relação a alegações recentemente efetuadas pelas entidades
guineenses não reconhecidas internacionalmente de que o capitão pansau
n’tchama teria tido estatuto de asilo político em portugal, o governo
português esclarece que esse cidadão guineense não tem, nem nunca teve, o
estatuto de asilo político em portugal”, disse à lusa o porta-voz do
ministério dos negócios estrangeiros, miguel guedes.

“o estado
português não se presta por isso, em nenhumas circunstâncias, a qualquer
instrumentalização para efeitos de questões internas do poder militar
em bissau”, acrescentou.

o governo de transição guineense, formado
na sequência do golpe militar de 12 de abril deste ano, exigiu hoje
“uma explicação clara e justificada” de lisboa sobre “a expedição
terrorista do capitão pansau n´tchama à guiné-bissau”, antes de “ser
forçado a rever as suas relações com portugal”.

a exigência surgiu
em forma de comunicado do conselho de ministros, após uma reunião
extraordinária na sequência da prisão, no sábado, de pansau n´tchama,
acusado pelas autoridades da guiné-bissau de ter sido o responsável por
um ataque a um quartel no passado domingo, 21 de outubro, de que
resultaram seis mortos.

também hoje, o porta-voz do estado-maior
das forças armadas guineenses, o tenente-coronel daba na walna, afirmou
que portugal de forma “direta ou indireta sabia das movimentações” do
capitão pansau n’tchama.

“como é que um indivíduo que se
encontrava em portugal, com o estatuto que ninguém sabe ao certo se
residente ou se exilado político, aparece aqui a atacar um quartel
fortificado? portugal não cuidou bem da vigilância ao pansau”, afirmou
na walna.

lusa / sol