esta segunda guerra terminou rapidamente com a intervenção da roménia. os turcos valeram-se da divisão entre os cristãos para retomarem a iniciativa e recuperar parte dos territórios perdidos.
o pior foi que um ano depois a europa estava toda na grande guerra – o conflito que marcou o princípio do fim do euromundo e o princípio da decadência do continente.
a história é assim. a partir da formação da alemanha unida, pela estratégia de bismarck, apoiado no primeiro exército do tempo, a europa encontrava um novo destino, mas também o princípio do seu fim. até ali, as potências da periferia geográfica – a grã-bretanha e a rússia – tinham sido, conjunta ou alternativamente decisivas, numa balança de poder feita de mobilidade e equilíbrio de alianças. a frança da revolução e de napoleão tentara a hegemonia e fora derrotada por uma coligação de geometria variável, mas onde a inglaterra estivera sempre presente. a santa aliança e a quádrupla aliança tinham sido tentativas de manter a velha ordem tradicional, a que o nacionalismo e a democracia, novas e vitoriosas ideias, tinham posto termo.
a alemanha era um produto dessas novas ideias e forças com o realismo modernizante de bismarck, usando o nacionalismo alemão e a máquina militar prussiana. bismarck bateu sucessivamente os habsburgo de viena e a frança de napoleão iii. depois, deu a cada uma das potências o que ela queria – solidariedade ideológica à rússia e à áustria, neutralidade colaborante ao império britânico, encorajamento à expansão colonial francesa.
os seus sucessores deram cabo desta política e a alemanha ficou isolada e foi para a guerra isolada, em 1914.
ao nacionalismo militar conservador de 1914, sucedeu o nacionalismo socialista e popular de hitler, gerado na humilhação da paz punitiva de versalhes. com ele, a alemanha mobilizou contra si a maior coligação da história. em 1945, foi vencida e a europa entrou no seu ano zero, já que, quer os vencidos alemães e italianos, quer os vencedores ingleses e franceses, estavam com as suas economias e sociedades destruídas, divididas e falidas. os impérios ultramarinos iam desaparecer em consequência dos princípios da nova ordem internacional e do nacionalismo das áreas coloniais.
não entender que estas guerras civis europeias e as consequentes derrotas e perdas tinham que ter um preço na economia e nas finanças dos países (logo, na vida das pessoas) é que surpreende. a europa já não tem impérios, não produz energia, importa comida, deixou de ser a fábrica do mundo, não tem poder militar.
está em decadência há muito, embora seja o lugar aprazível onde quem ganha muito dinheiro vem gastá-lo. por que é que havia de ter um alto nível de vida?