a noite era de taça da liga inglesa, a capital one cup. aos gunners do arsenal calhara viajar até reading, cidade a pouco mais de 30 quilómetros de londres.
por lá, arséne wenger, treinador dos londrinos, não destoou do que costuma fazer quando a sua equipa disputa encontro para esta prova: atirou jogadores menos utilizados para o relvado. nem 40 minutos tinham passado, e o reading já vencia por quatro golos sem resposta.
«passámos de um desastre para uma situação de algum orgulho», sublinhou wenger, no final do encontro. como assim? lá está, resta contar o que resta desta história.
ao 40.º minuto do encontro, nas bancadas começaram-se a ver centenas de adeptos gunners, desolados, a abandonarem o estádio, em revolta contra o retrato que se estava a construir. a escassos segundos do intervalo, contudo, theo walcott marcava para o arsenal.
«esse golo deu-lhes o ímpeto que não precisávamos [que eles tivessem]», analisou brian mcdermott, técnico do reading, em tudo um lamento pelo que se passou na segunda metade do encontro: os londrinos marcaram mais três golos e igualaram o marcador.
um par de golos veio do dueto gaulês entre laurent koscielny – que marcara um auto-golo na primeira parte – e olivier giroud. o outro foi lançado pelos pés de theo walcott, talvez provando a ideia na qual wenger tanto tem insistido esta época, quando sublinha que puxará o inglês de um extremo do campo para o centro, para se tornar um avançado com golo nos pés.
ao fim de 90 minutos, via-se um 4-4 no marcador. mais meia hora de futebol, portanto.
e nesses trinta minutos chegou mais um golo de walcott e dois de marrouane chamakh, o ostracizado avançado marroquino, que não marcava há mais de um ano e que pouco aparecera no relvado durante os meses anteriores. pelo meio, três assistências de andrei arshavin, o russo, também ele pouco visto até então esta época.
olhando apenas para o que se passou após o intervalo, o hipotético resultado ficaria em 6-1 a favor do arsenal. a reviravolta ficará para a história, e poderá contribuir para empurrar os gunners para um percurso de sucesso para o que resta da temporada.
invulgar, além do resultado final, é uma equipa marcar cinco golos e, ainda assim, chegar ao fim do jogo do lado dos perdedores. de resto, mais uma prova de que o futebol, o aclamado desporto rei, é mesmo de loucos. assim vale a pena.