e tal como aconteceu nesse ano, 2007 também foi quase perfeito no que se refere às condições de maturação das uvas. os meses de julho e agosto revelaram-se bastante amenos, as noites foram frescas e a colheita realizada durante o mês de setembro decorreu sob bom tempo.
as vinhas que deram origem ao torre 2007 crescem em solos de transição entre o granito e o xisto e têm, em média, 20 anos de idade. de entre as castas que fazem parte deste torre 2007 (aragonez, alicante bouschet, touriga nacional e syrah), as uvas foram vinificadas separadamente, fermentaram em barricas, onde estagiaram 18 meses, a que se seguiram três anos em garrafa.
visualmente é um vinho quase opaco, trabalho que ficou a cargo da casta alicante bouschet, responsável pela cor carregada. evidencia, na boca, excelentes taninos e tem um final longo. na apresentação foi escolhido um prato de leitão, puré de batata terroso e massa de pimentão, que resultou muito bem com este torre 2007, com um teor alcoólico de 14,5% e do qual foram produzidos três mil litros. da responsabilidade dos enólogos david baverstock e luís patrão, ficamos agora à espera que o tempo o torne ainda melhor, já que provou ser capaz de envelhecer bem.
na mesma apresentação, provámos ainda o herdade do esporão verdelho 2011, no qual predomina uma agradável frescura no paladar e um final longo de boca, o esporão private selection branco 2011 (que acompanhou muito bem uma sapateira e abacate) e um quinta dos murças porto tawny 10 anos que fez as honras a um pastel de nata em mil folhas.l
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