e foi a segunda vez que a população do colorado votou sobre a matéria. em 2006, lembra o the huffington post, as urnas abriram-se para acolher o sufrágio que decidiu o ‘não’ à primeira tentativa de aprova a 64.ª emenda.
no documento dá permissão a «qualquer pessoa com pelo menos 21 de anos de consumir ou possuir quantidades limitadas de marijuana», além de possibilitar a emissão de licenças para a criação de «infra-estruturas de cultivo» ou «postos de venda». cada indivíduo poderá possuir até 28,5 gramas de marijuana.
em washington, a legalização deverá assentar nas mesmas bases (passou com 55% dos votos), embora o washington post tenha apenas referido a «produção, posse e distribuição». de resto, era neste estado que mais se esperava a aprovação da lei, já que aqui pressupõe um imposto de 25% a ser taxado três vezes – quando o produtor vender à distribuidora, a distribuidora depois às lojas, e a terceira quando as lojas venderem o produto ao consumidor.
no colorado, também se registou 55% de votos a favor. um resultado que culminou «oito anos» de luta no estado, segundo mason tvert, um dos directores da campanha para regular a marijuana, antes de lembrar que «era irracional punir adultos por escolherem um produto que é muito menos prejudicial [para a saúde] comparado com o álcool».
já brian vicente, outro dos co-organizadores da campanha, sublinhou que «a população do colorado rejeitou uma política falhada de proibição à marijuana». porém, o resultado do sufrágio poderá irromper uma guerra com o governo norte-americano.
«assim que estes estados tentarem implementar essas leis, vamos assistir a um esforço do governo federal para as encerrar», anteviu um antigo conselheiro político da administração de obama, citado pela nbc news.
luta só está no início
em 2010, quando arnold schwarzenegger, então governador da califórnia, passou uma lei para suavizar a punição sobre a posse de marijuana, no meio de uma iniciativa que ganhava força para legalizar a droga leve no estado, um procurador-geral dos eua chegou a garantir que iria «força com vigor» uma proibição federal para que tal nunca acontecesse.
nos eua, a lei federal sobrepõe-se à lei interna de cada estado, e, por enquanto, a primeira ainda estipula como ilegal o uso da marijuana.
a cnn citou um professor da universidade de harvard, para dizer que as decisões nas runas em washington e no colorado «poderão conduzir a uma luta entre o supremo tribunal e o governo federal». jeffrey miron defendeu que o governo «tudo fará para interferir na legalização da marijuana em qualquer estado».
para já, o governo federal do país ainda não se pronunciou sobre o resultado das votações em washington e no colorado. nos eua, além desta inédita legalização, já outros 17 estados têm legislação em vigor que autoriza o uso de marijuana para fins medicinais.
os sufrágios nestes dois estados foram apenas dois de um total de 176 que ontem decorreram nos eua, em paralelo à eleição presidencial, e sobre uma diversidade de matérias. no oregón, por exemplo, a população chumbou a legalização da marijuana – era o terceiro e último estado que na terça-feira foi a votos sobre o assunto.