Jornalista nega ter tentado entrar no quarto de Relvas e desconhece acusação

Nuno Ferreira, o jornalista acusado de ontem ter perseguido o ministro Miguel Relvas, está a ser ouvido no Tribunal da Horta, nos Açores. Contactado pelo SOL, o antigo colaborador do Público indicou desconhecer de que estava a ser acusado, negando ter tentado entrar no quarto do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares que ficou hospedado…

o jornalista free lance, que se encontra no faial a fazer entrevistas para o livro açores a pé pelas nove ilhas, foi acusado de ter agredido um agente da segurança de miguel relvas – governante que se deslocou à horta para as cerimónias de tomada de posse do novo governo regional dos açores. ao sol, nuno ferreira negou ter agredido qualquer um dos três seguranças. «eu é que fui agredido. estive ontem preso, algemado, das 18h00 às 22h30, e tiraram-me tudo, incluindo o telemóvel, e durante esse período, veicularam a informação que quiseram», lamenta. o autor do livro portugal a pé foi levado pelos seguranças de relvas do hotel para a esquadra local. aí, um dos polícias indicou-lhe que «estava acusado de injúrias ao ministro». mas, nuno ferreira apontou que nunca lhe foi apresentado qualquer auto.

o ex-colaborador do expresso admitiu ter provocado miguel relvas várias vezes durante o dia de ontem. mas nega em qualquer momento ter tido um comportamento agressivo. a primeira provocação ocorreu à hora de almoço de terça-feira, no restaurante do hotel. quase no final da refeição, nuno ferreira apercebeu-se da presença de relvas e decidiu levantar-se e dizer-lhe: «não tem vergonha na cara de andar por aí depois do que tem feito?» o ministro terá virado costas, dizendo-lhe: «não te conheço de lado nenhum». nuno ferreira contou ao sol que, de facto, em 26 anos de profissão, nunca tinha lidado com relvas.

depois disso, nuno ferreira decidiu fazer um cartaz onde escreveu «bem-vindo excelentíssimo sr. dr. miguel relvas. angola gosta do senhor» e foi colocar-se no passeio junto à assembleia legislativa onde o ministro assistia à cerimónia de tomada de posse do no governo regional dos açores. nessa altura, o jornalista ainda foi abordado por um elemento policial da horta que o questionou sobre as suas intenções. como nuno ferreira disse que queria apenas estar ali pacificamente a mostrar a mensagem, o agente afastou-se.

mais tarde, no regresso ao hotel, quando se dirigia ao quarto onde estava instalado, nuno ferreira apercebeu-se de que tinha três homens à sua espera. questionaram-no sobre o que queria. ao que o jornalista respondeu: «só quero que este senhor não me bata». nessa altura, nuno ferreira diz que um dos seguranças agrediu-o, algemou-o e arrastou-o para o elevador . em seguida, foi levado, numa carreira, para a esquadra. de onde sairia às 22h30.

entretanto, na rede social facebook, foi hoje criado um grupo de apoio a nuno ferreira cujo nome é «libertem o nuno, prendam o relvas».

liliana.garcia@sol.pt