vários jogadores do palmeiras, o ‘verdão’, como é apelidado
no brasil, contrataram guarda-costas após receberem várias ameaças, vindas de
adeptos alegadamente pertencentes às claques organizadas do clube. agora, há
que enquadrar o contexto.
o palmeiras está neste momento no antepenúltimo lugar do
campeonato, o brasileirão. é o 18.º numa liga disputada por 20 equipas, e pela
frente tem quatro jornadas para tentar fugir ao poço da despromoção – no qual
já caiu em 2002, embora só tenha demorado um ano a voltar à tona.
e o risco começou a pairar de novo esta temporada. porém,
nem tudo esteve mal. em julho, e após um jejum de 12 anos sem nada a
acrescentar à prateleira dos títulos, o palmeira conquistou a taça do brasil, a
copa, em português do brasil. nessa altura, no banco do ‘verdão’, ainda se
sentava luiz felipe scolari, antigo seleccionador nacional português que só
perduraria até setembro face aos resultados negativos no campeonato.
mas os resultados não melhoraram com gilson kleina, homem
que o sucedeu no cargo. e hoje, cumpridos 33 lutas no campeonato, o palmeiras
não depende só de si para se manter no brasileirão – e assim voltou o perigo de
uma segunda descida de divisão em 10 anos e, sobretudo, regressou a ira dos
adeptos.
a ironia escreve-se torta
recentemente, o treinador aproveitou uma conferência de
imprensa para pedir calma aos adeptos, um pedido que até chegou à voz de aldo
rebelo, ministro do desporto brasileiro.
a calma tornou-se exigível no domingo. fruto das obras que
decorrem no seu estádio, o palmeiras tem disputado os últimos encontros em
outros recintos, no interior do estado de são paulo.
o último levou-o à arena nova, em araraquara, a cerca de 100
quilómetros da capital paulista, e foi lá que, nas bancadas, se assistiu a
cenas de violência que culminaram no ataque de um grupo de adeptos a cinco
elementos da polícia que se encontravam no recinto –entre eles, duas mulheres.
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a federação paulista de futebol (fpf) anunciou, na
quarta-feira, que todos os membros da torcida macha alviverde ficarão proibidos
de entrar em qualquer estádio do brasil. a globo
escreve que a proibição vigorará até que a investigação ao episódio de domingo esteja
concluída.
ou seja, uma proibição que apenas obrigará os adeptos que
protagonizaram o incidente a voltar ao estádio com diferentes ornamentos – sem cachecóis,
bandeiras ou algo que os identifique como sendo da claque, ou torcida, como por
lá se diz.
no próximo domingo, o palmeiras volta a araraquara, desta
feita para defrontar o fluminense, equipa do luso-brasileiro deco que, em caso
de vitória, cumpre as contas para garantir logo a conquista do campeonato.
ironia das ironias: há três anos, em 2009, era o pameiras a viajar
para o rio de janeiro, à caça de uma vitória que o empurrasse ainda mais na
luta pelo título, numa visita a um flu que, de papéis trocados, lutava para não
descer de divisão. aí, os três pontos aterraram do lado da equipa da casa.
