Moviflor: ‘Nos últimos dois anos perdemos 25% de negócio’

Empresa de mobiliário e decoração tem vindo a fechar lojas e deverá chegar ao final do ano com menos 300 empregados. Mas prevê início da recuperação no segundo semestre de 2013

já fecharam três lojas este ano, em famalicão, chaves e mais recentemente no freeport de alcochete. o que se passa com a moviflor?

fizemos uma experiência com um modelo de loja em outlet, em famalicão e no freeport de alcochete, e verificámos que a moviflor não está vocacionada para ter este conceito. não fazia sentido insistir num modelo que não correspondia ao cliente moviflor, sobretudo na actual situação económica. também não fazia sentido transformá-las em lojas tradicionais, porque na mesma área de atracção já existiam outras moviflor. já em chaves, quando investimos, tínhamos a perspectiva de vir a ter um mercado a crescer, que também contaria com os clientes espanhóis. infelizmente, a crise em espanha é tão grave como em portugal e não tivemos os clientes que esperávamos.

o que aconteceu aos trabalhadores das lojas que encerraram?

em chaves não é nossa intenção despedir. libertámos as pessoas que foram contratadas para a loja que vai abrir no local [uma espaço casa] e as restantes receberam uma carta dizendo-lhes onde devem apresentar-se. foram colocadas nas lojas mais próximas. integrámos todas as pessoas da loja de alcochete. e em famalicão, como as outras lojas já estavam preenchidas, fez-se um acordo e saíram cerca de 20 trabalhadores.

quantas pessoas já dispensaram este ano?

houve casos de pessoas que saíram e não foram substituídas, ou contratos não renovados. no final de 2012 teremos menos cerca de 300 pessoas do que no início do ano, ou seja um total de 1.200.

prevêem dispensar mais?

não podemos dizer que não. não é a nossa estratégia nem intenção, até porque não prevemos fechar mais lojas. mas se o mercado implicar um maior ajustamento dos custos, eventualmente teremos de fazer rescisões. o mercado pode evoluir de uma forma negativa em que seja necessário rever a nossa estratégia.

também não haverá aberturas?

temos agora 24 lojas. não se justifica abrir mais. justifica-se, sim, renová-las. em 2012, renovámos três e, no próximo ano, faremos mais três. investimos cerca de 2,5 milhões e manteremos o mesmo volume em 2013.

como tem evoluído a actividade?

num mercado em recessão, o volume de negócios da moviflor também sofreu. nos últimos dois anos, caímos mais de 25% em portugal, tendência que deve continuar, mas não na mesma ordem de grandeza. esperamos que, no primeiro semestre de 2013, não haja uma melhoria substancial do volume de negócios, mas que o segundo semestre comece já a mostrar alguma recuperação.

qual é o vosso volume de negócios?

cento e poucos milhões este ano. em 2010 foi de 150 milhões e em 2011 já foi de 120 milhões. em 2013, esperamos um ligeiro decréscimo. a nossa grande preocupação foi a relação entre o volume de negócios e os custos. desde 2011 que temos vindo a fazer um programa muito forte de ajustamento. fecharemos este ano pelo menos com break even. o ano passado não foi brilhante para ninguém e tivemos prejuízos, mas não vale a pena falar de números.

ana.serafim@sol.pt