Um edifício que assume perante o parque e a cidade um carácter de pavilhão, uma espécie de jangada de transbordo, aparentando ser um volume flutuante». Assim será o novo terminal de cruzeiros de Santa Apolónia, na capital portuguesa, segundo a descrição de um dos responsáveis do atelier do arquitecto Carrilho da Graça, autor do projecto. Volumetricamente compacto, a ideia é que permita libertar espaço na envolvente para ter zonas verdes e um parque ribeirinho com capacidade para diferentes actividades. Tanto no exterior como no interior, privilegiou-se a versatilidade para acolher exposições, ciclos de moda e cinema, concertos e até feiras e mercados, como alternativa à sazonalidade da ocupação do terminal.
A aposta na tecnologia também será contemplada na infra-estrutura, tanto na vertente de segurança, como na operacional e ambiental. A eficiência energética é um dos requisitos principais, indica a APL. «Queremos que seja sinónimo de modernidade, assente num conceito user friendly [amigável para o utilizador] e que tenha em consideração os aspectos de conforto, acessibilidade, flexibilidade e rapidez nos serviços prestados aos passageiros», diz a administração. «O investimento já realizado e a realizar no terminal constitui o passo essencial para concretizar o objectivo de crescer de forma sustentada neste negócio», reconhece.
A adequação ao tráfego actual e futuro, sobretudo para captar mais cruzeiros que comecem e/ou terminem o seu percurso em Lisboa, também foi tida em conta no projecto. Segundo o júri que avaliou as 37 propostas apresentadas, a eleição deste edifício ficou a dever-se ao diálogo entre a cidade e o rio, ao facto de a cobertura poder ser visitada, e por se converter numa nova topografia da cidade, entre a colina de Alfama e o Tejo.