«prevê-se que a construção da gare de passageiros tenha início em 2013, encontrando-se o porto de lisboa a maximizar o projecto, minimizando os custos associados ao mesmo. a construção poderá ter dois momentos: um primeiro de construção do edifício e um segundo de execução dos arranjos exteriores. o edifício poderá funcionar no final de 2014, segundo as previsões actuais», revela a administração do porto de lisboa (apl), questionada pelo sol sobre a evolução do projecto.
em respostas por e-mail, a apl adianta ainda que, para o futuro edifício, «se prevê um investimento de 20 milhões de euros, estando em estudo a possibilidade de o mesmo vir a ser reduzido, face a optimizações em fase de projecto, no que respeita ao miolo do edifício».
‘novo’ projecto em 2013
entregue ao arquitecto joão carrilho da graça, após concurso público internacional, o projecto inicial estipulava um investimento de 25,5 milhões de euros. agora, a par do custo da obra, também o projecto está a ser revisto, ainda que a autoridade portuária não indique que reajustes serão introduzidos. diz apenas que «as alterações decorrem do desenvolvimento do projecto». e que «é perfeitamente compreensível que nesta fase de constante evolução da conjuntura económica se tenha procurado, com o projectista, ajustar os valores iniciais do projecto, sem prejuízo da qualidade e funcionalidade».
ao que o sol apurou junto de um responsável do atelier de carrilho da graça, estão em causa alterações «pontuais» e funcionais nalguns espaços do edifício, relacionadas com a compartimentação e infra-estruturas técnicas. e a previsão é que o projecto esteja finalizado no fim do primeiro trimestre de 2013. depois, o arranque dos trabalhos no terreno dependerá da apl.
o modelo de exploração do futuro terminal de cruzeiros ainda está em estudo. e, segundo a apl, «será objecto de definição pela tutela proximamente». questionado pelo sol sobre este projecto, o ministério da economia, que detém a pasta dos portos nacionais, não respondeu.
turismo anseia pela obra
com a actividade cruzeiros a navegar de vento em poupa em lisboa, a rápida conclusão do terminal de santa apolónia é um anseio das empresas e entidades turísticas. encaram o futuro equipamento como fundamental para o crescimento desta área de negócio. e, por isso, o atraso na sua execução tem sido visto com alguma preocupação.
mas a apl desvaloriza. «a actual conjuntura nacional e internacional obriga-nos a efectuar um constante ajustamento aos objectivos traçados. a médio e longo prazo, não cremos que os objectivos traçados, como a forte aposta no crescimento do segmento de turnaround [cruzeiros que começam e/ou acabam na cidade] estejam a ser postos em causa», contrapõe.
em 2013, a gestora portuária prevê que o turismo de cruzeiros continue a aumentar, antecipando um aumento de 10% no número de escalas – esperam-se 348 – e de viajantes, que deverão totalizar 556 mil. a tendência de subida tem vindo a registar-se, pelo menos nos últimos cinco anos, com um crescimento médio anual de 14% dos cruzeiristas que passam pela capital do país. evoluíram de 270 mil em 2006, para mais de 500 mil, no ano passado, volume que representou um recorde no porto de lisboa, ao ultrapassar o meio milhão de passageiros, num total de 330 escalas de navios.
já este ano, voltaram a superar-se números. no primeiro semestre – quando nove navios escalaram pela primeira vez no porto da capital – o volume de passageiros nas embarcações cresceu 14%, para mais de 230 mil, face ao mesmo período de 2010. e houve 147 escalas (+5%). até ao final de 2012, estão previstas um total de 322 – já descontando as que foram afectadas pela greve nos portos – e 522 mil passageiros em lisboa.
indústria de cruzeiros está a crescer em portugal. receitas chegam a 195 milhões de euros.