O prelado disse à agência Lusa que a Diocese vai “guardar segredo de justiça” em torno deste processo, que decorre junto do Tribunal Eclesiástico, dando cumprimento às “determinações do Direito Canónico”, incluindo as que foram decididas pela Conferência Episcopal Portuguesa em 19 de Abril de 2012.
“A lei canónica nesta matéria é mais rigorosa que a lei civil no que respeita a indagar a verdade e fazer justiça na defesa das crianças inocentes”, apontou.
Com o afastamento do padre Luís Campos do Seminário – o sacerdote está sujeito a prisão domiciliária com pulseira electrónica -, os serviços estão a ser assegurados “pelos outros membros que já faziam parte da equipa educadora”, disse Manuel Felício.
A instituição funciona com a presença de um padre director espiritual, de dois padres educadores e de três freiras.
O bispo da Guarda referiu que a questão da nomeação de um novo vice-reitor, “de momento não se coloca”, uma vez que a instituição está “a funcionar normalmente”.
O Seminário do Fundão é actualmente frequentado por 17 seminaristas, com idades entre 11 e 17 anos, que hoje “vão para suas casas” gozar férias de Natal, adiantou à agência Lusa fonte da Diocese.
Na quinta-feira, Manuel Felício participou na festa de Natal do Colégio de Nossa Senhora dos Remédios, no Tortosendo, que é frequentado pelos alunos seminaristas.
Na homília, o prelado diocesano não falou do caso que envolve o vice-reitor, mas afirmou que a sociedade actual é “marcada pelo conflito” entre o bem e o mal.
“Nós queremos escolher o bem e o bem que o seja para todos, baseado sempre na verdade e na justiça”, lê-se numa nota publicada na página electrónica da Diocese da Guarda.
Sobre o caso, o bispo emérito da Guarda, António dos Santos, que ordenou o padre Luís Campos em 2001, afirmou ao Jornal de Notícias que o sacerdote está a ser vítima da sua “imprudência”, adiantando que soube que ele “se deitava com os miúdos”.
A Diocese da Guarda reagiu em comunicado, afirmando que António dos Santos se encontra ausente da região há oito anos “e que o seu estado de saúde está gravemente afectado, na opinião dos médicos que o acompanham”.
Por isso, esclarece, “qualquer declaração por ele já prestada ou que venha a prestar sobre os acontecimentos últimos da vida desta Diocese carece de fundamento e só pode ser atribuída a boatos que possam circular”.
O padre responsável pelo Seminário Menor do Fundão, de 37 anos, é suspeito de “vários crimes de abuso sexual de crianças e de menores dependentes sobre os quais detinha funções de educação e protecção”, indicou a PJ em comunicado.
Lusa/SOL