a surpresa caiu na nação sul-americana com as notícias que chegavam de paysandú, cidade distante em quase 400 quilómetros de montevidéu, a capital: um adolescente, de 18 anos, visitou a universidade que frequentava com uma arma, disposto a imitar o que adam lanza fizeram horas antes em newtown.
a história surpreendeu o país. porém, tudo não terá passado de uma invenção do jovem para evitar a prisão.
o objectivo de recriar a tragédia de newtown foi a primeira versão atirada pela imprensa uruguaia. sendo um sábado, a universidade de trabalho do uruguai (utu), estava fechada. o estudante, filho único de uma família de paysandú – cujo nomes não foi revelado – optou então por caminhar quatro ruas até chegar a uma clínica de saúde privada, contou o el observador.
a intenção seria roubar a farmácia do edifício e, antes de entrar, disparou a arma um par de vezes no passeio. uma vez dentro do centro, o estudante foi até à casa de banho, onde disparou a última bala antes de ser detido, no exterior, quando abandonou o edifício.
newtown entre as desculpas
agora, a polícia uruguaia defende que a intenção de recriar o massacre de newtown terá sido uma de três invenções do jovem, com vista a evitar uma pena de prisão e convencer as autoridades a encaminhá-lo para uma instituição psiquiátrica.
esta terá sido a mais chocante do trio de versões. numa outra, confessou às autoridades que planeava suicidar-se, à qual juntou a história de que era um «discípulo» de osama bin laden, ex-líder da al-qaeda, morto pelas tropas norte-americanas no paquistão, em maio de 2011. o jovem chegou a alegar que o defunto terrorista estava vivo e comunicava com ele pela internet.
o jovem até teve aquilo a que se propôs: justiça uruguaia decidiu-se pelo seu internamento numa clínica psiquiátrica de paysandú, sob custódia policial, onde esta semana será avaliada a possibilidade de sofrer uma «crise grave de delírio» para «averiguar se o que fez teve uma causa psiquiátrica», explicou a polícia da cidade.
scotti girardo, jornalista que no noticiou o episódio para a fm más, uma estação de rádio do país, defende que «em nenhum momento o rapaz tentou matar alguém», lembrando igualmente que «não houve nenhum ferido nem uma tentativa de suicídio».
a jornalista indicou que o estudante teria a intenção de roubar a farmácia do centro de saúde, mas que se terá arrependido quando se deparou com a apertada vigilância no seu interior. porém, uma fonte da polícia da cidade, não identificada pelo el observador, refere que o roubo «foi uma hipótese que se inventou».
o diário uruguaio escreveu ainda que o jovem «era um bom estudante, que estava sempre alheado, no seu próprio mundo, mas sem ter problemas com colegas ou professores».