Imitar massacre de Newtown ou usá-lo como desculpa?

Sábado, 15 de Dezembro. As atenções dos EUA voltam a cair sobre um massacre, um tiroteio, o ímpeto armado de um jovem de 20 anos que apanhou 20 crianças entre as 27 pessoas que matou numa escola em Newtown, no estado do Connecticut. Um dia depois, no Uruguai, um outro jovem pegou numa arma e saiu…

a surpresa caiu na nação sul-americana com as notícias que chegavam de paysandú, cidade distante em quase 400 quilómetros de montevidéu, a capital: um adolescente, de 18 anos, visitou a universidade que frequentava com uma arma, disposto a imitar o que adam lanza fizeram horas antes em newtown.

a história surpreendeu o país. porém, tudo não terá passado de uma invenção do jovem para evitar a prisão.

o objectivo de recriar a tragédia de newtown foi a primeira versão atirada pela imprensa uruguaia. sendo um sábado, a universidade de trabalho do uruguai (utu), estava fechada. o estudante, filho único de uma família de paysandú – cujo nomes não foi revelado – optou então por caminhar quatro ruas até chegar a uma clínica de saúde privada, contou o el observador. 

a intenção seria roubar a farmácia do edifício e, antes de entrar, disparou a arma um par de vezes no passeio. uma vez dentro do centro, o estudante foi até à casa de banho, onde disparou a última bala antes de ser detido, no exterior, quando abandonou o edifício.

newtown entre as desculpas
agora, a polícia uruguaia defende que a intenção de recriar o massacre de newtown terá sido uma de três invenções do jovem, com vista a evitar uma pena de prisão e convencer as autoridades a encaminhá-lo para uma instituição psiquiátrica.

esta terá sido a mais chocante do trio de versões. numa outra, confessou às autoridades que planeava suicidar-se, à qual juntou a história de que era um «discípulo» de osama bin laden, ex-líder da al-qaeda, morto pelas tropas norte-americanas no paquistão, em maio de 2011. o jovem chegou a alegar que o defunto terrorista estava vivo e comunicava com ele pela internet.

o jovem até teve aquilo a que se propôs: justiça uruguaia decidiu-se pelo seu internamento numa clínica psiquiátrica de paysandú, sob custódia policial, onde esta semana será avaliada a possibilidade de sofrer uma «crise grave de delírio» para «averiguar se o que fez teve uma causa psiquiátrica», explicou a polícia da cidade.

scotti girardo, jornalista que no noticiou o episódio para a fm más, uma estação de rádio do país, defende que «em nenhum momento o rapaz tentou matar alguém», lembrando igualmente que «não houve nenhum ferido nem uma tentativa de suicídio».

a jornalista indicou que o estudante teria a intenção de roubar a farmácia do centro de saúde, mas que se terá arrependido quando se deparou com a apertada vigilância no seu interior. porém, uma fonte da polícia da cidade, não identificada pelo el observador, refere que o roubo «foi uma hipótese que se inventou».

o diário uruguaio escreveu ainda que o jovem «era um bom estudante, que estava sempre alheado, no seu próprio mundo, mas sem ter problemas com colegas ou professores».

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