SOL
Cavaco Silva
Foi directo e esclarecedor na sua mensagem de Ano Novo. Justificou a promulgação do OE bem como as dúvidas que se sabia que este lhe suscitava e que enviou para o TC. Colocou frontalmente de lado qualquer ensaio de crise política. Instigou o Governo a terminar com a ‘espiral recessiva’ negociando mais duramente na UE e exigindo maior solidariedade aos parceiros europeus. Advertiu o PS, lembrando-o que negociou o programa de ajustamento da troika. E rejeitou liminarmente as teses irresponsáveis de recusa do memorando ou de pedir perdões de dívida. Depois de algumas intervenções menos felizes que afectaram a sua imagem, reconquistou crédito e autoridade com esta mensagem a abrir 2013.
Sérgio Monteiro
O fim da greve dos estivadores de Lisboa e centro do país, sem recuo do Governo e após a aprovação no Parlamento da nova lei do trabalho portuário, é, em grande parte, uma vitória política deste secretário de Estado. Que se tornou já uma das estrelas em ascensão do Governo. A par da sua colega das Finanças, Maria Luís Albuquerque, com a qual, aliás, repartiu os louros na comunicação pública do resultado da privatização da ANA por mais de 3 mil milhões de euros.
SOMBRA
Passos Coelho
Não foram felizes as suas mensagens natalícias aos portugueses – tanto a formal, televisiva, como a informal, no Facebook, com a qual tentou emendar parcialmente o tom da primeira, acabando por suscitar ainda mais protestos e críticas… E inicia o ano com duas polémicas de risco: a redução para 12 dias de indemnização por despedimento, que ameaça colocar de novo o CDS contra o PSD e acabar com o acordo da UGT na concertação social; e o modelo de privatização da RTP, do qual Paulo Portas não esconde a vontade de se demarcar. A vida não está fácil.
Carlos Zorrinho
Num PS errático e cada dia mais radical, o seu líder parlamentar tem-se destacado nas incongruências e excessos de oratória. Fez acusações ridículas sobre a privatização da TAP, que depois teve que engolir quando se gorou a venda. Já pede a queda do Governo, depois de ter defendido a estabilidade, e põe em causa o memorando, que o PS solicitou e assinou, quando ainda falta um ano e meio para o seu cumprimento. Alguém levará o discurso do PS a sério, com estes dirigentes?