o regresso de portugal aos mercados este ano parece cada vez mais provável. mas se a gradual independência no financiamento do país vai ser um trunfo positivo junto dos investidores, a verdade é que para o estado vai significar mais despesa em juros.
com a saída da troika, em meados de 2014, os custos de financiamento do estado vão subir, porque o país deixa de usufruir das taxas de juros praticadas pelos credores externos – que em 2012 e 2013 resultaram num juro médio de 2,6%, segundo o banco de portugal (bdp).
em 2014, portugal deverá pagar um juro de 4,1%, ou seja uma subida do custo de financiamento 57% superior aos dois anos anteriores. nesse ano, o país precisa de levantar no mercado 22 mil milhões de euros, em que apenas um terço (8 mil milhões) serão da troika.
esta semana, o estado conseguiu emitir mil milhões de euros em dívida a 18 meses – já fora do programa de assistência – com um juro de 1,96%.
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