SOL
Vítor Gaspar
Uma semana de boas notícias para o ministro das Finanças. A colocação de dívida de curto prazo foi um sucesso, com juros abaixo dos 2%, como há muito Portugal não conseguia, e deixando antever que o regresso aos mercados em Setembro pode mesmo ser antecipado. A troika libertou a 6.ª tranche do financiamento com elogios à execução portuguesa do programa de ajustamento. E o Governo poderá anunciar, em breve, que o défice de 2012 não ultrapassou os 5%. As sucessivas medidas de austeridade fizeram deste ministro um dos principais alvos do descontentamento dos portugueses, mas Ernâni Lopes passou pelo mesmo quando, também ele, apanhou com o país à beira da bancarrota. No meio da crise, ainda há boas notícias.
Ferro Rodrigues
O ex-líder e deputado socialista insurgiu-se contra a escolha pelo PS de João Cordeiro, dinossáurico presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), para candidato à Câmara de Cascais. O presidente da ANF não se coíbiu, no passado, de destratar vários governantes e dirigentes do PS, apelidando-os de ‘mentirosos’ e ‘traidores’ entre outros mimos. E o ex-líder veio agora lembrar que se o PS não respeitar o seu passado dificilmente terá autoridade e capacidade de mobilização no presente e no futuro. Haja quem recorde que ainda há princípios e dignidade na política. E que não vale tudo.
SOMBRA
Macário Correia
A decisão do Constitucional veio tornar irrevogável a sua perda de mandato como presidente da Câmara de Faro. É certo que sai por irregularidades administrativas que cometeu quando liderava a Câmara de Tavira e não sob acusações graves, de peculato ou corrupção (como outros autarcas que permanecem em funções). Mas esta decisão, de qualquer modo, é um rude golpe na sua carreira política.
Carlos Zorrinho
Com a sua defesa imobilista da ADSE, contra Álvaro Beleza e vários ex-ministros da Saúde do PS, conseguiu estragar qualquer efeito político das Jornadas Parlamentares. E ajudou a consolidar a ideia de que o PS não sabe o que quer, o que propor ou, sequer, o que dizer. Só sabe que não quer mais impostos nem cortar na despesa do Estado. Sem apresentar qualquer alternativa ou solução. Espera, assim, convencer alguém?