os resultados finais da emissão de dois mil milhões de euros de dívida do estado a cinco anos só serão conhecidos à tarde, mas portugal terá pago um juro superior a 5% e a oferta terá superado quatro vezes a oferta, de acordo com as indicações conhecidas esta manhã.
a emissão de dívida a longo prazo – mais de cinco anos – é considerada um regresso de lisboa a um financiamento autónomo sem a ajuda do dinheiro da troika. durante a intervenção externa portugal apenas conseguia emitir dívida de curto prazo (6 meses a ano e meio) uma vez que o mercado via como seguras estas operações por estarem ‘protegidas’ pelo fmi e bruxelas.
o regresso aos mercados de portugal, agendado para setembro, acabou por ser antecipado para este mês depois de o governo português ter aproveitado a euforia dos mercados financeiros pelos activos dos países periféricos da zona euro. estes activos dão aos investidores elevados retornos e têm hoje um risco muito menor devido à garantia do bce que «fará tudo para salvar o euro» eliminando a possibilidade da saída da grécia ou portugal do euro e evitando, por exemplo, o resgate de espanha. com o risco e os juros de portugal, irlanda e grécia a cair a pique nos últimos meses – lisboa aproveitou ainda esta semana para pedir a renegociação da sua dívida pública – através de alargamento dos prazos – e apresentar o cumprimento do défice orçamental para 2012 de 5% do pib, um objectivo conseguido, porém com receitas extraordinárias.