SOL
Assunção Esteves
O Governo e a maioria PSD/CDS decidiram marginalizar o PS e os restantes partidos quando colocaram em cima da mesa a necessidade de um corte de 4 mil milhões e o tema da ‘refundação do Estado’. À última hora, para emendar a mão e enganar as aparências, engendraram uma comissão parlamentar para debater a reforma do Estado. Face à recusa da oposição em participar nessa encenação apressada, a presidente da AR já avisou que não dará posse a tal comissão. Uma atitude que suscitou protestos do PSD e do CDS, mas que só dignifica o Parlamento.
SOMBRA
Mário Nogueira
Caiu meio mundo em cima do líder da CGTP, e em particular os irritantes sacristões do politicamente correcto, por este ter chamado ‘escurinho’ ao representante do FMI, numa manifestação no sábado. Os anti-racistas de pacotilha e de serviço não ouviram, nessa mesma manifestação, o líder da Fenprof apelidar os membros do Governo de ‘bandidos’, ‘vigaristas’, ‘trafulhas’, ‘aldrabões’ e ‘canalhas’. Não acharam mal, pelos vistos. Deve ser linguagem que está nos cânones do politicamente correcto e autorizado. ‘Escurinho’ é que nem pensar…
António Costa
Recuou à ultima hora por uma de duas razões: ou percebeu que não conseguiria vencer Seguro e o aparelho do PS nas directas; ou considera difícil desalojar o PSD e o CDS do poder já nas próximas legislativas. Mas deixou passar a imagem de quem fugiu à luta em cima da batalha por receio de perder, defraudou os seus iludidos apoiantes e acaba numa lamentável negociação de mercearia interna com o líder, discutindo listas, cargos e outras minudências. Sai muito fragilizado deste episódio. E tão depressa não terá outra oportunidade para chegar à liderança do PS.
Miguel Graça Moura
O maestro que ao longo de anos fez vida de luxo à conta dos dinheiros da Orquestra Metropolitana de Lisboa – viagens de avião em executiva por todo o mundo e em resorts paradisíacos, hotéis de cinco estrelas, os melhores restaurantes, roupa masculina e feminina, obras de arte, casa paga com piscina, etc. – foi agora condeando em tribunal. A cinco anos de prisão, com pena suspensa, e a devolver 690 mil euros de dinheiros públicos que gastou em proveito próprio. Reagiu com insolência e arrogância à sentença. Como era de esperar.