Por terras de Xisto

A família Alves de Sousa celebra os 20 anos dedicados ao vinho do Douro em nome próprio e lança dois néctares como testemunhos da sua história: o Berço branco, onde tudo começou, e o Memória tinto, a comemoração.

há cinco gerações que a família alves de sousa produz os seus vinhos. primeiro, dedicando-se à produção de generosos para algumas das principais casas exportadoras, até que domingos alves de sousa, da quarta geração, decidiu pôr de lado a sua formação em engenheiro civil para se tornar num dos pioneiros entre os novos produtores de vinhos do douro que apareceram no início dos anos 90. o vinho do porto foi posto à margem, mas o seu sacrifício não foi em vão, já que deu lugar ao sucesso de outros vinhos. entretanto, e disso falaremos noutra edição, regressaram agora à mais antiga das suas tradições: os vinhos do porto.

e é esta história de 20 anos em terras de xisto que a família está a celebrar, contando, desde 2002, já com a quinta geração envolvida no negócio. hoje, as suas vinhas ocupam uma área de 130 ha divididos por seis quintas: gaivosa, vale da raposa, caldas, estação, aveleira e oliveirinha. a diversidade entre todas elas em termos de microclima, solo, altitude e as suas especificidades são uma das mais valias do produtor, já que consegue obter vinhos com identidade e qualidade muito própria. para o comprovar, sentou-nos à mesa para, ao longo de um jantar, bebermos, é o termo, 20 anos da sua história. começando num reserva pessoal branco, que teve a sua primeira edição em 2001, até ao abandonado tinto 2009, passando, como não podia deixar de ser, pelo quinta da gaivosa tinto 2008, foi um desfilar de aromas e de mestria em fazer bom vinho.

mas não ficou por aqui. fecharam o livro da história da casa e lançaram três novidades. o alves de sousa berço branco 2011, o alves de sousa memórias tinto e o alves de sousa porto vintage 2009.

quanto ao alves de sousa berço foi feito com as uvas da quinta da aveleira, nas cotas altas (600 metros) e frescas de medrões, onde a família nasceu para o vinho. num solo xistoso, mas com transição para o granito, saiu um vinho com aroma mineral e notas cítricas, com grande frescura, elegante e grande capacidade de guarda. no que se refere ao memórias tinto, como o próprio nome sugere, o objectivo foi deixar um testemunho da história sob a forma de vinho, combinando as melhores vinhas e algumas das melhores colheitas, sendo a mais nova de 2005. de cor profunda, notas de ameixas pretas, canela e violetas é poderoso e equilibrado. é um digno registo das memórias da casa.

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