em conferência de imprensa, jeroen dijsselbloem, adiantou que a discussão sobre o prologamento dos prazos de reembolso da dívida de portugal e irlanda foi “positiva”, salientando que “o cumprimento dos respectivos programas de ajustamento foi muito apreciado” pelos restantes membros da zona euro.
amanhã de manhã, os ministros das finanças reúnem-se de novo para fechar o acordo para dar mais tempo a portugal e após a luz verde, o processo segue para a troika, que irá desenvolver os aspectos técnicos, nomeadamente decidir quais os novos prazos de reembolso. “depois de aprovado, a troika irá de seguida analisar a extensão dos prazos e esperamos ter uma uma decisão final no conselho europeu de abril, adiantou na mesma conferência, olli rehn, comissário europeu para os assuntos económicos e monetários.
dijsselbloem, porém, não concretizou se a cedência de mais tempo para portugal irá ter como moeda de troca algumas condições, ou seja, mais austeridade.
o governo irlandês pediu hoje um alargamento para 15 anos para os seus empréstimos, enquanto portugal foi omisso nas suas intenções. o ministro das finanças, vítor gaspar realiza uma conferência de imprensa amanhã em bruxelas para dar mais pormenores. recorde-se que vítor gaspar pediu um adiamento dos prazos dos primeiros empréstimos dados comissão europeia, cuja maturidade variava entre 5 e 10 anos e que venciam em 2016 e 2021. a grande concentração de reembolsos entre 2014 e 2016 e que ascendiam a 50 mil milhões de euros foi a razão invocada por portugal para pedir mais tempo e conseguir um regresso aos mercados mais suave.
portugal poderá sair de bruxelas amanhã apenas com um dos trunfos pretendidos. se o alargamento dos prazos da dívida parece assegurado, já o abrandamento da austeridade e o ano extra pedido por gaspar para cumprir o défice exigido pela troika deverá acontecer só em maio, após a divulgação das previsões de primavera, adiantou ontem, olli rehn.
luis.goncalves@sol.pt