Portugal espera extensão de prazos entre 5 e 10 anos

Portugal espera conseguir uma extensão do pagamento dos empréstimos da troika entre 5 e 10 anos, sendo um adiamento para 7,5 anos o prazo que mais agradaria ao governo português, apurou o SOL.

em conferência de imprensa após a reunião de dois dias em bruxelas com os ministros das finanças da ue, vítor gaspar recusou fazer previsões sobre os novos prazos que serão concedidos pela troika após a análise à maturidade da dívida, mas referiu que a proposta irlandesa de estender as maturidades por mais 15 anos “não é um resultado concebível”. “naturalmente, trata-se de um posição negocial – da irlanda – e não um previsão sobre o resultado final”, acrescentou.

o ministro das finanças adiantou que não será necessária a extensão de prazos tão alargados e um pedido a 15 anos, por exemplo, seria “uma proposta fácil de passar no parlamento português, mas mais díficil em outros parlamentos”, numa indicação a países como a alemanha, holanda ou finlândia.

a estratégia de vítor gaspar será primeiro “alisar a concentração de amortizações” e evitar o pico de reembolsos de dívida em 2016 e 2021 que totalizam em cada um destes anos cerca de 20 mil milhões de euros.

fonte próxima das negociações com o eurogrupo e o ecofin, grupo dos ministros das finanças do euro e da ue27, respectivamente, adiantou ao sol que um alargamento para 5 anos dos empréstimos seria uma vitória curta para lisboa e os dez anos dificilmente alcançável. a meta dos 7,5 anos é a proposta mais realista e que poderia passar no crivo de credores alemães e holandeses.

vítor gaspar adiantou ainda que é crucial que prazos da dívida sejam suavizados para permitir emissões futuras de dívida pública a 10 anos – umas das condições para aceder ao programa de compra de dívida do banco central europeu (bce) e permitir um regresso plano aos mercados. uma condição essencial para reactivar o investimento e a retoma da economia.

a proposta final da troika sobre o alargamento dos prazos será conhecida a 12 e 13 de abril em dublin na próxima reunião do eurogrupo e ecofin.

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luis.goncalves@sol.pt