o vaticano está sem rede de comunicações móveis para impedir as trocas de mensagens nos espaços onde decorre o conclave, causando também dificuldades aos habitantes que circundam o muro da cidade-estado.
a decisão de eliminar o tráfego de comunicações móveis na santa sé afecta negócios como o de uma pequena pizzaria junto à praça, que já não recebe encomendas por telemóvel.
“é assim nestes dias”, diz, conformado, um dos funcionários, embora satisfeito com o aumento da procura ao balcão, até porque a chuva condiciona as tradicionais esplanadas romanas.
por estes dias, os vendedores de guarda-chuvas são os mais satisfeitos com as condições climatéricas.
“vendemos mais de 100 durante o dia ontem”, terça-feira, diz um dos vendedores, desagradado apenas com o facto da polícia local ter apreendido parte do stock.
as equipas de fiscalização afastam por breves instantes das ruas romanas muitos vendedores ambulantes, que rapidamente voltam ao encontro de peregrinos que se aproximam da chaminé da praça de são pedro.
o ambiente é de expectativa e oração, sobretudo pelos grupos de peregrinos que acompanham os cardeais eleitores, nomeadamente brasileiros e norte-americanos.
“o papa será brasileiro” ou “o papa será americano” ou ainda o “papa será espanhol” são ‘slogans’ que se repetem no vaticano, onde o grupo mais numeroso de peregrinos e turistas, para além do italiano, vem do maior país lusófono do mundo.
apesar de não ter tradicionalmente um lugar de menor destaque que a basílica de são pedro, desta vez as atenções focam-se no telhado da capela sistina, conhecida pelos frescos no teto interior, e na chaminé de onde sai o fumo que assinala as votações dos cardeais.
lentes de câmaras de filmar e de fotografar estão sempre fixas na chaminé, do lado direito da basílica de são pedro, que domina também as crónicas dos jornalistas.
o conclave dos 115 cardeais visa escolher o sucessor de bento xvi, que resignou ao papado no dia 28 de fevereiro.
