o projecto da mobiag, uma empresa de prestação de serviços a operadores de ‘carsharing’, vai ser lançado em breve e o seu fundador e presidente, joão félix, espera ter 150 automóveis disponíveis ainda durante a fase piloto que deve prolongar-se durante seis meses.
actualmente, existem em portugal apenas dois operadores de ‘carsharing’ (um aluguer de curta duração em que o utilizador só paga em função das suas deslocações), em lisboa e no porto, mas a tendência é para o negócio crescer.
um estudo da consultora frost&sullivan, datado de agosto do ano passado, indica que o mercado europeu para este tipo de serviços quase duplicou desde 2008, atingindo cerca de 700 mil utilizadores em 2011, e estima que chegue aos 15 milhões em 2020.
joão félix explicou à agência lusa que a ideia é trazer os utilizadores a lisboa de transporte público, oferecendo-lhes mais uma opção de mobilidade dentro da cidade.
a tecnologia desenvolvida pela mobiag permite aumentar a flexibilidade do sistema, “maximizando a disponibilidade” e garantindo a maior taxa de ocupação possível para os automóveis.
o projecto inclui tecnologia destinada ao utilizador final, como uma aplicação para telemóveis onde os clientes de qualquer operador podem pesquisar qual o carro que se encontra mais perto de si e reservá-lo, acedendo ainda a outras informações, como o preço da deslocação e um mapa com a localização da viatura.
a partir desse momento, o carro fica “bloqueado” para o utilizador que o escolheu e é o próprio telemóvel que vai destrancar as portas do veículo, bastando inserir um código (‘pin’).
no final da utilização, o cliente não precisa de regressar com o carro ao ponto de partida, ao contrário do que acontece actualmente com os operadores de ‘carsharing’ de lisboa e do porto.
o fundador da empresa sublinha que o ‘carsharing’ sai mais barato do que usar um táxi em deslocações pontuais, estimando que uma utilização semanal de duas horas custe 100 euros por mês, e permite maior mobilidade aos utilizadores sem os custos inerentes a um automóvel como gasolina, estacionamento, manutenção ou seguro.
joão félix aponta ainda vantagens para os operadores que não precisam de investir no licenciamento ou desenvolvimento de um ‘software’ próprio, pagando um ‘fee’ (taxa) por viagem à mobiag, mas também para qualquer empresas que queiram dar mais utilização aos seus automóveis.
‘rent-a-car’, concessionários, fabricantes de automóveis ou gestores de frota são alguns dos exemplos que o responsável da mobiag nomeou e que poderiam rentabilizar assim “frotas subutilizadas”
“juntando várias entidades aumenta-se a frota e distribui-se o risco. nós operamos o conjunto”, acrescentou.
os clientes de um operador podem usar os carros de outro operador e, no fim, a mobiag faz o acerto de contas.
“o cliente só tem relação com o seu operador”, reforça joão félix.
a mobiag prevê chegar a 2017 com mais de 32 milhões de transacções, para um total de 18 milhões de euros em receitas para os operadores (para uma receita média de 110 euros por utilizador).
a mobcarsharing, pertencente à carris, foi a primeira empresa interessada em aderir, mas está prevista para breve a entrada de dois novos operadores que vão funcionar de acordo com o sistema de carros dispersos.
a mobiag conta com o apoio de vários parceiros, como a critical software, que ajudou a desenvolver o ‘software’ e a faculdade de ciências e tecnologia da universidade de coimbra (fctuc) que está desenvolver algoritmos para prever o comportamento do sistema.
“poderemos detectar, por exemplo, onde é que há excesso de carros e deslocá-los para onde houver falta de carros”, adiantou o responsável da mobiag.
a empresa financiou-se junto de investidores privados e obteve ainda um incentivo do qren (quadro de referência estratégico nacional) no valor de 880 mil euros devido à “inovação para o mercado da mobilidade e à forte componente de internacionalização” do projecto.
lusa/sol