ramirez marcos quis assinalar a missa de início de pontificado do seu compatriota, o papa francisco, com uma chamada de atenção que não considera “política”.
“é uma oportunidade única para que o mundo saiba que a ferida das malvinas continua aberta para os argentinos”, disse à lusa.
a questão tinha sido abordada esta segunda-feira pela presidente argentina, cristina kirchner, num encontro privado com o papa francisco, ao qual pediu para interceder em favor do diálogo no conflito que opõe o país sul-americano ao reino unido.
ramirez marcos disse que a ideia do protesto tinha nascido antes da intervenção de kirchner, mas mostrou-se “orgulhoso” pelo facto de o tema ter sido abordado, lembrando as posições do actual papa, de 76 anos, nesta questão.
“pedimos apenas o diálogo”, concluiu.
o então cardeal jorge mario bergoglio presidiu em abril de 2002 a uma missa em sufrágio pelos mortos e ex-combatentes da guerra das malvinas, na catedral de buenos aires, tendo afirmado que os soldados foram “reclamar o que é da pátria e lhe foi usurpado”.
“muitos não puderam voltar, outros regressaram, mas nenhum dos que voltou pode esquecer o que lá viu”, afirmou o actual papa, arcebispo da capital argentina até à sua eleição pontifícia, na quarta-feira.
na ocasião, 649 rosas vermelhas, simbolizando os mortos na guerra de 1982 nas malvinas, foram levadas até o altar.
lusa/sol