Férias na Páscoa resistem

Viajam para destinos mais próximos, encurtam as estadias, reduzem os gastos, mas os portugueses mantêm a tradição de ter férias na Páscoa. Este ano, os agentes de viagens não antecipam grandes quebras.

«no número de passageiros pode até nem haver quebra na páscoa face a 2012. se existir, não será superior a 5%. mas estimamos uma quebra entre 5% e 10% no volume de negócios. os portugueses continuam a viajar», resume o presidente da associação portuguesa de agências de viagens e turismo (apavt), pedro costa ferreira. e afirma que, apesar da conjuntura económica, este é um cenário que até deixa o sector «satisfeito».

já quanto à recepção de estrangeiros em território nacional «é cedo» para análises. o mercado espanhol, que era um forte emissor de turistas para portugal nesta época do ano, está em crise. mas o turismo nacional continua «a beneficiar da primavera árabe que, nalguns casos, se tornou inverno», sobretudo junto dos turistas francófonos, frisa.

a serra da estrela, devido à neve, mas também o algarve destacam-se a nível interno. no estrangeiro, os charters para cabo verde «estão esgotados», algumas cidades europeias e a disney têm registado muita procura. brasil ou dubai também estão entre os destinos preferidos.

«é notória uma procura maior de hotelaria nacional, mas isso inclui os açores e a madeira», detalha fonte oficial das agências abreu, grupo que nesta páscoa «conseguiu replicar o desempenho do ano passado» quanto a reservas.

«face a igual período de 2012, a top atlântico regista uma subida quer no seu volume de reservas, quer nas suas vendas», diz por sua vez rogério cardoso, director de marketing da rede de agências detida pelo grupo espírito santo.

cancelada a greve, também fonte oficial da tap, aponta um «março muito bom». até ao início desta semana, a companhia aérea portuguesa tinha registado «um crescimento de 11% face ao mesmo mês de 2012», a que não será alheio o facto de a páscoa ser mais cedo este ano (em 2012 foi em abril). e acrescenta que no domingo passado – que seria o primeiro dia de funcionamento regular após três dias de paralisação, caso não tivesse sido desconvocada a greve – «os voos da europa tiveram uma taxa de ocupação global de 91%, o que é um recorde diário absoluto».

já os hoteleiros mantêm expectativas negativas, esperando quebras nas receitas e taxas de ocupação. mas, ainda assim, «não tanto como no ano passado. houve um ajustamento das expectativas em função do realismo que já temos», nota a directora executiva da associação da hotelaria, cristina siza vieira.

ana.serafim@sol.pt