SOL&SOMBRA

O mais e o menos da semana visto por José António Lima.

SOL

Bruno Alves

Na mediania exibicional, por vezes a roçar a mediocridade, que a Selecção patenteou nestes dois jogos, o central do Zenit sobressaiu com dois golos decisivos, um frente a Israel e outro ao Azerbaijão. A verdade é que, além do talento excepcional de Cristiano Ronaldo e de mais três ou quatro jogadores de top, falta classe e criatividade no meio-campo português e faltam segundas linhas de qualidade à Selecção. Para já, os golos do seu defesa-central mantêm-na na luta com Israel pelo 2.º lugar e o acesso ao play-off de apuramento. Pelo menos, até Junho. Ou até Outubro.

Bruno de Carvalho

Depois de ter perdido a eleição em 2011, por escassos votos, para Godinho Lopes e depois do enorme fiasco em que se converteu a presidência deste, aparecia como o candidato da mudança no Sporting. E como o favorito contra a linha de continuidade dos últimos anos – de Dias da Cunha a Godinho Lopes, passando por Soares Franco e Eduardo Bettencourt – já vista, por muitos sócios desiludidos com o insucesso desportivo, como representante dos interesses da banca no clube. Linha da qual o candidato José Couceiro tentou demarcar-se, sem grande resultado. O 42.º presidente do Sporting tem agora pela frente uma tarefa dificílima de reabilitação do clube. E precisa demonstrar que não é o Vale e Azevedo de Alvalade, como muitos auguram.

&SOMBRA

Passos Coelho

É inexplicável a integração na Presidência do Conselho de Ministros do ex-espião Silva Carvalho, acusado de abuso de poder e violação de segredo de Estado. Mesmo que algum articulado legal a isso obrigasse, tão insólita decisão exigia, no mínimo, uma explicação pública do Governo ao país. Para que este não fique a pensar que os abusos no Estado são recompensados em vez de punidos e que as maçonarias põem e dispõem nos bastidores da política.

Paulo Portas

Já cansa ver dirigentes do CDS como Pires de Lima ou Diogo Feio, em óbvia concertação prévia com o líder do partido, aparecerem a zurzir no Governo no qual estão coligados com o PSD. Agora, chega-se ao ponto de o CDS exigir uma remodelação do Governo (!) e contrariar directamente o primeiro-ministro no que ele acabara de afirmar sobre o salário mínimo. O que pretenderá o líder do CDS com esta mistura de cinismo e imaturidade política?