isso foi o que marcelo rebelo de sousa, também católico assumido, propôs, no seu comentário de domingo passado, ao sugerir uma ida a ourém. numa pesquisa rápida que fiz no google, vi que a representação da paixão de ourém se faz apenas há 12 anos (uma tradição muito contemporânea, portanto), embora deva ser realmente majestosa, porque é financeiramente apoiada pela autarquia, e inclui cerca de uma centena de autores, quase todos habitantes. e é fácil vê-la em filme na internet, podendo assim não ter de ir a ourém.
para mim, na semana santa, as cerimónias religiosas são o fundamental. eu iria para onde tivesse de ir (quem tem casa de férias, é natural que rume lá), e procuraria uma igreja bonita (uma vantagem portuguesa é haver bonitas igrejas por todo o lado), para assistir às cerimónias.
e não resisto a subscrever a opinião do conde de ussia, um espanhol divertido que escreve tratados de boas maneiras, segundo a qual «se há alguma coisa menos elegante para fazer na semana santa do que ir às caraíbas, é participar em ‘paixões’ vivas, representadas por actores aficcionados».
ainda percebo que as pessoas que as vêem desde sempre nas suas aldeias – embora, hoje, o soldado romano seja vestido na loja do chinês e o pobre cristo sofra mais de frio do que do terror de pilatos – as apreciem. mas ir lá de propósito, não faz nenhum sentido.