SOL&SOMBRA

O mais e o menos da semana visto por José António Lima.

SOL

Paulo macedo

Fruto de uma estreita articulação com o Ministério de Paula Teixeira da Cruz, o ministro da Saúde fez agora um balanço do combate às fraudes na Saúde, com prejuízos já detectados de 25 milhões de euros, mas que podem ultrapassar os 100 milhões. É um exemplo de determinação e de cooperação interministerial que deve ser seguido noutras áreas do Governo. E que confirma a capacidade deste ministro para afrontar interesses instalados, de médicos a farmácias, e moralizar o sector pelo qual é responsável. Um sector que só em medicamentos consome ao Estado mais de 2 mil milhões de euros por ano.

Van der Gaag

O jovem técnico holandês que se iniciou como treinador no Marítimo, onde terminara a sua carreira de jogador, conduziu agora o Belenenses na promoção à I Liga e no regresso ao topo do futebol português. E fê-lo com números indiscutíveis, batendo o recorde da subida mais rápida na II Liga: a nove jornadas do fim do campeonato, com 19 pontos de avanço sobre o 2.º classificado. Levou ainda o Belenenses à meia-final da Taça de Portugal. Uma estreia em cheio para o técnico que chegou esta época a Belém.

SOMBRA

José Sócrates

É verdade que teve, como aliás se esperava, uma grande audiência na entrevista à RTP1. Mas parece nada ter aprendido em Paris: voltou com o mesmo discurso, as mesmas autojustificações e vitimizações, as habituais meias verdades à mistura com meias mentiras. A longa hora e meia a repisar o passado e a alijar culpas fez lembrar o penoso percurso de Santana Lopes após ter perdido o Governo, culpando o Presidente Jorge Sampaio e o mundo em geral pelas suas desgraças. O seu problema é, aliás, idêntico ao de Santana: o país já fez há muito o seu juízo sobre ele, dando-lhe uma inesquecível derrota em eleições.

Miguel Relvas

Tornara-se, há muito, o maior e mais incómodo abcesso deste Governo, acumulando casos mal resolvidos e suspeições. Ao ponto de até a sua reconhecida operacionalidade política, inestimável para Passos Coelho, ter sido afectada deixando o Governo à deriva no que respeita à coordenação política. O activo tóxico da sua fabricada licenciatura na Lusófona acabou por tornar inevitável a demissão.