o “eléctrico” é uma motorizada triciclo de transporte, importada de itália e transformada e pintada em leeds, em inglaterra, para se assemelhar ao pitoresco eléctrico lisboeta.
na traseira foram instaladas uma máquina de café, uma vitrina em vidro que mantém os pastéis de nata quentes e uma caixa registadora.
após cerca de três meses de funcionamento, o “nata28” vende perto de 600 pastéis de nata por fim-de-semana, dá lucro e já contratou a empregada portuguesa margarida bonito, saúdam os empreendedores, jaime silva e nuno patrício.
a ideia surgiu num mercado da cidade onde viram o bolo português à venda, em novembro de 2011, pouco depois de os dois se conhecerem e começarem a partilhar uma casa em londres.
“o nuno, em conversa comigo, perguntou porque é que não havíamos de vender pastéis de nata. existem em algumas feiras, mas são vendidos de forma não muito específica ou exclusiva. surgiu então ideia de criar um produto ou marca que vendesse pastéis de forma original”, contou jaime, de 38 anos.
em 24 horas escreveram 10 páginas com o modelo de negócio, em pouco tempo iniciaram contactos com fornecedores e angariaram os 250 mil euros de financiamento entre familiares e amigos.
jaime trabalha numa loja no centro de londres, tem formação em gestão de empresas e já lançou uma rede de cafés em portugal.
mas para nuno, 30 anos e arquitecto de profissão, responsável pelo design do “eléctrico”, a experiência tem sido um desafio recompensador.
“é engraçado ver a reacção das pessoas quando experimentam pastel de nata, especialmente quente com um bocadinho de canela. as pessoas fazem aquela expressão: não estava à espera de ser tão bom”, conta.
a hesitação dos muitos passantes, a maioria dos quais turistas estrangeiros, é ultrapassada pela oferta de amostras. o café é apreciado, sobretudo misturado num copo grande com leite ou em versão “cappuccino”.
por enquanto, o negócio só funciona ao fim-de-semana, mas os bons resultados já fazem a dupla pensar em aumentar a frota de “elétricos”, diversificar o tipo de oferta e até expandir para outras capitais internacionais.
convictos do valor de muitos outros produtos portugueses, esperam que esta experiência inspire compatriotas a desenvolverem ideias, apostando numa “boa imagem, uma boa qualidade e um bom serviço”, vincou jaime.
“as pessoas aqui estão ávidas de experiências novas e foi isso que nós quisemos trazer – mais do que o produto em si, uma experiência diferente”, afirmou.
lusa/sol