este fim-de-semana quem gosta de banda desenhada seja ocidental, seja japonesa e quer em filmes, quer em livros juntou-se na biblioteca de telheiras, em lisboa.
o ponto alto foi a final do concurso de cosplays, que deixou o auditório cheio e filas de pessoas à porta.
em cada apresentação dos concorrentes é indicado o nome do personagem representado e são poucos segundos até a plateia bater palmas e gritar expressões quase sempre em inglês. a mais comum é “oh my god”, que em português corresponde a “oh meu deus”.
joana rodrigues surgiu de misa amane, um personagem de manga (livros de banda desenhada japonesa) e de anime “death note”, e, em poucas palavras, resume à agência lusa a razão de vestir a ‘pele’ de alguém fictício:
“gostamos das personagens e vestimo-nos como elas para mostrar o nosso gosto por elas”, diz a jovem.
mesmo na estreia num concurso, joana garante que o mais importante não é o prémio: “geralmente vimos só pela diversão, para ver o público a gostar e nós a divertirmo-nos”.
joana faz cosplay há “três anos, mais coisa, menos coisa” e é nos vários eventos desta comunidade que se veste de “maneira diferente”.
“na rua, somos assim olhados, meio… ‘onde é que vai aquela maluca?’. mas está tudo bem”, garante joana, que ouve em casa: “está bem… faz o que quiseres”.
“a pena da mãe é ainda não poder ter vindo a um (encontro)”, garante.
ao palco também subiu catarina brás enquanto himawari kunogi, que ‘vive’ na holic xxx, da clamp, um grupo de desenhadoras japonesas.
por admirar os fatos, a jovem pegou em tecidos, linhas e agulhas em 2008. hoje veste um fato a lembrar uma dama antiga, “grande e ‘puffy’”, como catarina o caracteriza, que lhe ocupou três/quatro meses a fazer. na apresentação retira a parte de baixo e mostra um outro “que parece de estilo grego” e que demorou um mês a terminar.
a “paixão” pela anime começou cedo e com a “febre” da internet descobriu que havia pessoas mascaradas de personagens e que faziam os seus fatos.
“e se uma pessoa consegue, eu também consigo”, diz catarina, que tem visto a comunidade cosplay crescer, mas ainda a ser caracterizada como “esquisita” por quem a vê de fora.
a expressão de madalena ramires é de personagem de desenho animado, mas só a proximidade com a jovem revela a razão principal: lentes de contacto coloridas e desenhadas.
as lentes são compradas via internet e costumam ser de fabrico coreano. a roupa foi feita pela jovem, que faz contas e indica que a factura se terá aproximado dos 40 euros, mas que se recorresse ao pronto-a-vestir teria desembolsado “mais de 100 euros”.
a sua personagem responde por saber e vive na anime ‘fate/hollow ataraxia’, baseada nas lendas do rei artur.
entre os ‘japoneses’, surge o vermelho e dourado norte-americano iron man (homem de ferro) que nesta vida real se chama paulo machado.
“tecnicamente pode-se ir mascarado do que se quer, desde que seja dentro da cultura geek filmes, banda desenhada, mangá, anime, jogos”, diz.
ao lado dos pais viu a anime dragon ball e foi o suficiente para se juntar ao cosplay.
o fato foi feito com esponja dos colchões de ginástica e chega aos concursos, onde dançou para imitar uma cena do filme os vingadores, para “se entreter e se divertir”.
“para sair do mundo real porque nisto aqui está-se mal”, resume.