sol
vítor gaspar
conseguiu que portugal regressasse aos mercados de dívida pública de longo prazo para se financiar, mais de um ano antes do fim do programa de ajustamento da troika. um passo indispensável para o país se libertar mesmo da tutela estrangeira em junho de 2014 e que beneficiou da recente baixa da taxa de juro do bce e da aprovação pelo governo do pacote de cortes de 4 mil milhões na despesa do estado – que reforçou a credibilidade externa do país junto dos investidores. e, apesar da oposição de vários ministros, viu passos coelho caucionar a sua estratégia de cortes de 4 mil milhões, com cedências mínimas aos críticos. dois êxitos de monta do ministro mais isolado e contestado do governo.
sombra
hélder rosalino
calhou ao secretário de estado da administração pública a pouca sorte de dar a cara por duas das medidas mais contestáveis (e, provavelmente, inconstitucionais) deste pacote de cortes na despesa do estado: a retroactividade da redução das pensões da cga e a aplicação de um inédito ‘vencimento zero’ aos funcionários que completem 18 meses no regime de mobilidade. não vai ter a vida fácil com a hecatombe de medidas penalizadoras e empobrecedoras que o governo se prepara para fazer cair sobre a função pública.
passos coelho
geriu com inteligência política e quase sem danos a colisão portas-gaspar na questão dos cortes na despesa. mas devia ter tomado estas medidas há já, pelo menos, um ano, evitando subir tanto os impostos e a sucessão de remendos pontuais para cumprir o défice. permitiu ainda, que portas, com declarações piedosas e solidárias com os pensionistas, o deixasse ficar como o mau da fita. e deitou já a toalha ao chão nas autárquicas, o que lançou ainda maior desânimo e irritação nas bases do psd.
nuno amado
assumiu o comando do bcp quando o banco estava à beira do naufrágio, mas ainda não conseguiu fazê-lo sair do meio da tempestade. os prejuízos de 152 milhões de euros no 1.º trimestre – o quarto consecutivo com resultados negativos – adensam as preocupações e um mirífico regresso aos lucros só está apontado para o final de 2014. quase toda a banca atravessa dificuldades, mas o bcp aparece como um dos mais vulneráveis.