Novos festivais de cinema

A necessidade foi a mãe da invenção do festival audiovisual Black & White, cuja décima edição decorre entre amanhã e sexta-feira, com obras exclusivamente compostas a preto e branco. O director, Jaime Neves, recorda que, em 2003, a Escola das Artes da Universidade Católica do Porto decidiu criar um evento que a abrisse ao exterior, mas…

a opção revelou-se “um sucesso” desde a primeira edição, em 2004, e a organização garante que as suas características continuam a ser únicas. o sucesso recente de longas-metragens como o artista deu mesmo um novo fôlego a esta estética. “desde que o filme ganhou o óscar, parece que toda a gente gosta de preto e branco. um dos nossos principais propósitos é desmistificar e mostrar que não é uma linguagem maçadora nem elitista, mas sim actual e que pode chegar ao grande público. pode ver-se um filme a preto a branco a beber cola e comer pipocas”, assegura jaime neves, que sublinha ainda o facto de o certame combinar secções competitivas dedicadas a filmes, fotografia e áudio. para esta edição, há 41 obras em competição, sendo que 26 delas são filmes, com um máximo de 20 minutos de duração. “se quiséssemos tínhamos material para um mês, mas seleccionámos a nata. nota-se que há muita actividade no leste e temos curtas-metragens da bielorrússia, da rússia e da geórgia”. há ainda três curtas-metragens portuguesas, numa selecção que abrange ficção, animação, documentário e cinema experimental.

o programa, concentrado no auditório da universidade católica, na foz, e de entrada gratuita, contempla também uma conferência do fotógrafo evgen bavcar (membro do júri, ao lado do português lauro antónio). o esloveno, de 66 anos, sofre de cegueira total, mas espanta o mundo pela sensibilidade das suas fotos. “ele é muito conhecido na europa central, mas não em portugal. vai explicar como consegue criar as suas obras, algo que sinceramente não percebo. é a prova de que não há limites na arte”, sublinha jaime neves.

filmes e comida kosher

de 22 a 25 de maio, no cinema são jorge, em lisboa, decorre a primeira edição da judaica, uma mostra de cinema e cultura com exibição de filmes em estreia de temática judaica e onde haverá também debates, concertos e provas de comida kosher.

radu mihaeleanu estará no são jorge a apresentar o seu comboio da vida, bem como os israelitas dina zvi-riklis e eran riklis. a judaica terá ainda sessões para escolas. o polémico hannah arendt, de margarethe von trotta, é o último filme exibido no festival a que se seguirá um debate moderado por filipa melo (crítica literária do sol) com esther mucznick, antónio araújo e miguel nogueira de brito.

o encerramento da mostra será o concerto de música klezmer pelos lisbon klezmer brass, na sala montepio. mais informações e cartaz completo em www. judaicacinema.org.

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