tinha 15 anos quando começou a trabalhar na fábrica de vinagre do pai na golegã. desde então não fez outra coisa que não apostar e inovar o legado familiar. primeiro foi o vinagre de vinho, depois um vinagre de figo e a seguir carlos mendes gonçalves lançou-se naquele que considera um dos departamentos centrais da fábrica: a inovação. todos os anos, este sector lança cerca de 50 produtos novos, num total de 250 investigações. daí que não seja de estranhar que já tenham mais de 2.500 referências no mercado.
mas quando chegamos à fábrica não temos a sensação de linha de montagem. carlos apresenta os seus trabalhadores (são mais de 100) como se apresentasse a sua família. «nós fazemos commodities que se fazem em qualquer parte do mundo, onde o preço tem uma importância muito grande, e por isso a grande diferença que esta empresa tem face às outras é as pessoas». o carinho que este patrão tem pelos seus colaboradores é recíproco e por isso não é de estranhar que a mendes gonçalves tenha ganho o galardão de melhor empresa para trabalhar em 2012. resultado: «temos 140 trabalhadores e é muito raro as pessoas saírem», acrescenta.
além das pessoas, a outra grande aposta da empresa é nos produtos locais. «compramos sempre na nossa terra ou pelo menos fazemos sempre esse esforço. primeiro na nossa terra, depois na nossa região, depois no país e, só quando não conseguimos, é que compramos fora. e o que compramos fora é quase sempre coisas que não conseguimos comprar cá ou porque não existe o produto». exemplos: vinagre balsâmico ou mostarda de dijon. o primeiro só pode ser produzido em itália, e o segundo, apesar de poder ser produzido fora de frança, carlos não gosta de copiar.
além dos vinagres (de vinho, de figo, de arroz, de cidra…), mostarda e maioneses, a empresa produz ainda molhos para saladas, vinagretes, reduções e muitos outros produtos que na sua base têm vinagre. a oferta é ampla e vai ao encontro não só do que o mercado quer, como as necessidades seus clientes, já que a fábrica produz marca própria para as grandes superfícies comerciais. no entanto, a mais recente aposta é na sua marca paladim, que vai ao encontro das necessidades de internacionalização da empresa.
«no ano passado exportámos 18% da nossa produção, mas o nosso desafio para o futuro é a internacionalização. nós queremos que a paladim seja a marca que vai estar presente em marrocos, na jordânia, em angola, em moçambique e cabo verde», esclarece carlos. o processo já começou e o empresário espera que em 2016/2017 essa internacionalização represente, pelo menos, 40% da facturação. «em portugal já temos a marca paladim em todos os nossos produtos. e vai ser essa marca que vai abranger toda a nossa produção, desde os molhos aos vinagres», conclui.