“estamos em portugal desde 1995 e já investimos mais de mil milhões de euros”, afirma, em entrevista ao sol. “o lidl veio para ficar e isso é uma aposta clara, caso contrário na altura complicada que o país está a atravessar não faríamos o investimento que faremos este ano”, frisa. “independentemente de sermos uma empresa alemã, estamos aqui de pedra e cal”, continua, assegurando que a sucursal portuguesa está bem cotada junto da casa-mãe.
em 2013, o grupo planeia investir mais 25% do que em 2012, totalizando 45 milhões. desses, 40 milhões vão para aberturas e renovações de lojas – tem 238 em todo o país, mas não detalha quantas mais vão abrir – e para melhoramento dos seus quatro centros logísticos. outros cinco milhões – e mais dez milhões em 2014 – são para construir a nova sede, em sintra. a primeira pedra será lançada em junho e a obra deverá estar pronta em 2014.
vinho, pêra e maçã são estrelas internacionais
garantindo que o lidl portugal não prevê fechar lojas nem despedir, a também directora de comunicação – e única pessoa autorizada a falar à imprensa – indica que a sucursal lusa emprega 4.500 colaboradores. a empresa vai contratar 60 pessoas este ano e a aposta na responsabilidade social reflecte-se na política salarial: os funcionários tiveram recentemente um aumento do subsídio de almoço, de 5,50 euros para 6,83 euros.
exportar produtos portugueses é outra das apostas da rede detida pelo grupo schwarz, dono de 10 mil lojas lidl em 20 países. vinhos, maçã de alcobaça ou pêra rocha já são estrelas lá fora, sobretudo em espanha, bélgica e holanda. “em 2012 exportámos 27 milhões de euros, principalmente hortofrutícolas”, contabiliza, antecipando que este volume aumente este ano.
além disso, mais de 50% dos produtos vendidos no lidl em portugal – marcas próprias da cadeia alemã, frescos e toda a carne, por exemplo – são comprados a produtores e fabricantes portugueses, assegura madalena bettencourt silveira. “o lidl desceu 34 posições no ranking dos importadores nacionais. em 2011 ocupava a 9.ª posição e em 2012 ficou na 43.ª”, reforça.
taxa é “descabida”
questionada sobre se o reforço das promoções do lidl iniciado em abril é uma resposta à concorrência, que intensificou a política de descontos, a porta-voz diz apenas que o ponto forte da insígnia é a sua relação qualidade/preço. e que “o lidl se preocupa em captar cada vez mais clientes”. esse é, aliás, o objectivo para este ano: “esperamos continuar a ganhar clientes”. maior consumo de produtos para confeccionar e consumir em casa, em detrimento das idas ao restaurante, é uma tendência que a cadeia antecipa para 2013.
sobre o pagamento da taxa de segurança alimentar criada pelo governo em 2012 – muito contestada pela associação da distribuição (aped) e que retalhistas como sonae ou jerónimo martins têm recusado pagar –, o lidl portugal segue a mesma posição. “esta taxa parece-nos descabida e vamos agir de acordo com a orientação da aped”, reitera a responsável, sem esclarecer se está a ser preparada alguma acção concreta.