«nos últimos meses mantivemos algumas reuniões com o governo regional dos açores e com o governo central, onde manifestámos interesse em voar para os açores. neste momento não existem negociações em curso, mas reiteramos o nosso interesse e vontade na rota lisboa-ponta delgada» explicou ao sol, o director ibérico da easyjet, javier gandara.
sobre os motivos deste impasse, gandara remete para o governo regional e para o governo central. «a decisão está nas mãos deles», frisa. sem se comprometer com calendários, afirma apenas que, numa primeira fase, a intenção da easyjet é voar entre lisboa e ponta delgada, prometendo que «o preço médio da tarifa baixa cerca de 30%». posteriormente, não exclui o lançamento de voos directos entre os açores e destinos europeus como o reino unido ou alemanha.
«todas as partes envolvidas neste processo sabem a importância de liberalizar o espaço aéreo açoriano: aumentar o número de turistas que visitem o arquipélago e, desta forma, estimular a economia local», argumenta o responsável da easyjet, companhia que passou a voar para a madeira após a liberalização do espaço aéreo da ilha.
revisão do serviço público trava processo
porém, para que tenha ‘luz verde’ para avançar, será necessário rever as obrigações de serviço público do transporte aéreo no arquipélago. estas matérias incluem, por exemplo, a frequência de voos de e para a região, as ligações dentro da região e ainda a igualdade de tarifas para todos os açorianos, nas nove ilhas.
em declarações ao sol, fonte oficial do governo regional dos açores explica que no ano passado foi enviada para o governo da república uma proposta de revisão destas obrigações – que permitirá flexibilizar as ligações no arquipélago. contudo, garante, até à data ainda não houve resposta. «quem quiser concorrer a uma rota nos açores é livre de o fazer», reitera. e lembra que, em julho de 2012, a comissão de economia e obras públicas recomendou que o governo da república deveria «encetar conversações com o governo regional dos açores no sentido de proceder a uma flexibilização do actual modelo, mantendo algumas obrigações de serviço público, de forma a baixar as tarifas». na mesma linha, para o governo regional deverá ser o executivo liderado por passos coelho a tomar as decisões finais quanto à revisão.
questionado pelo sol, o secretário de estado que tutela os transportes, sérgio monteiro, confirmou a recepção da proposta e adiantou que ainda estão a ser recolhidos dados no âmbito da revisão das obrigações de serviço público. mas, afirma, ainda não há acordo com o governo regional quanto às alterações a fazer.
além de ser uma ambição dos açoreanos e das empresas locais, a existência de uma companhia aérea low cost a voar para os açores – onde actualmente só operam a tap e a sata – esteve entre os temas debatidos na campanha eleitoral de outubro último.
