SOL&SOMBRA

O mais e o menos da semana visto por José António Lima.

sol

zeinal bava

ascende de líder executivo da pt a gestor máximo da brasileira oi, que tem um volume de negócios três a quatro vezes maior. o desafio é fazer crescer a oi face aos seus concorrentes no brasil, a telmex e a telefónica, e no continente sul-americano, reforçando a convergência com a pt (que pode chegar à fusão) num projecto luso-brasileiro tecnologicamente liderante. vai para o rio de janeiro, mas não abandona para já os negócios operacionais da pt: meo e tmn. e irá procurar justificar o epíteto de ‘messi das telecomunicações’, que resulta dos seus quatro prémios consecutivos de melhor gestor internacional.

antónio josé seguro

a sua iniciativa de encontros com as direcções dos principais partidos, à esquerda e à direita do ps, não veio acrescentar nada ao repetitivo discurso socialista, mas evidenciou a autonomia política da sua liderança. que, no momento certo, soube mostrar que não se deixa condicionar pelos encontros promovidos por mário soares nem acantonar no diálogo frentista de esquerda, apenas com o be e o pcp. o ps ocupou bem a agenda partidária da semana e não se deixou ir a reboque de outros.

sombra

vítor gaspar

entrou numa fase em que nada parece sair-lhe bem. a sucessão da administração da cgd foi recheada de equívocos, recuos e buracos. as demissões dos gestores dos swaps tornou-se uma novela de mistérios e indecisões. como se não bastasse, as suas previsões e projecções continuam a falhar e a ser postas em causa por todos os lados: a utao desacredita as metas do oe rectificativo acabado de aprovar, o ine sobe a recessão para 4%, etc. tudo isto mina a sua autoridade e afecta a sua credibilidade – mesmo a nível internacional, onde a sua imagem é mais respeitada.

alfredo josé de sousa

a função do provedor de justiça é ser um mediador das queixas dos cidadãos contra o poder político e outros – não é ser, ele próprio, um incendiário que ateia protestos e contestações. e, muito menos, um interveniente na área político-partidária, como fez ao pedir legislativas antecipadas e a queda do governo. onde fica a imparcialidade e distanciamento que se exige ao cargo que desempenha?