“se houver privatização das pousadas estamos interessados em analisar. como temos o direito de preferência, estamos atentos”, avança ao sol o presidente da pestana pousadas, josé castelão costa, que já manifestou essa intenção à tutela.
“é um processo que, até agora, o governo tem demonstrado interesse em resolver, até porque estava no seu adn não ter empresas públicas”, frisa. porém, também lembra que “a privatização de 100% das pousadas é um processo difícil”. nem todos os imóveis onde as pousadas estão instaladas são da enatur – alguns pertencem a fundações ou a privados, que terão de ser ouvidos. “esse trabalho tem de ser feito primeiro, para depois ver em que condições se pode ou não avançar”, adverte.
lucros em stand by
com 32 unidades – em 2003, eram 44 – as pousadas de portugal não têm escapado à crise, o que obrigou a suspender calendários. o regresso aos lucros – inexistentes desde 2007 – estava previsto para 2012, mas não aconteceu.
“o ano passado correu pior do que 2011. houve uma quebra de receitas de 5%, para 32 milhões de euros. este ano esperamos ficar um pouco acima de 2011, com cerca de 33 milhões”, revela castelão costa.
a cadeia tem 60% de hóspedes estrangeiros, um volume que deverá subir, segundo o empresário. como o mercado ibérico “caiu muito”, a aposta tem sido captar alemães, ingleses, franceses, norte-americanos e brasileiros.
“se não houver convulsões sociais, admito que não haja nenhum reflexo negativo na vinda de turistas estrangeiros. mas se começa a haver manifestações e montras partidas ou carros incendiados, entramos num ciclo imparável”, adverte o responsável, face à incerteza política. ainda assim, perspectiva “um verão muito razoável” na operação.
grupo focado em portugal
em stand by está também a internacionalização da marca. “estamos mais focados em melhorar bastante o que temos em portugal e a rentabilizar a capacidade instalada”, justifica.
entre setembro e outubro deve abrir a nova pousada da covilhã, no ex-sanatório da serra da estrela. na mesma altura poderá arrancar a construção da primeira pousada em lisboa, na praça do comércio, mas o pestana aguarda a saída da esquadra de polícia do imóvel, para iniciar a obra.
após o pestana ter encerrado ou deixado de operar algumas unidades – como a de alijó, proença-a-nova ou elvas – castelão costa não antevê mais fechos nem despedimentos. mas admite novas fórmulas de negócio. “um modelo que pode alargar-se e que estamos a testar em angra do heroísmo é o de subconcessão. subalugamos a um terceiro, que explora sob o nome pousadas, mas pagando-nos uma renda”. subalugar restaurantes de pousadas ou franchisar, como acontece nas unidades de belmonte ou marvão, são outras possibilidades.