o tc alerta que “sem uma solução para a situação de endividamento em que a empresa se encontra, não é certo que seja possível a actividade da empresa ter viabilidade no futuro”, até porque a indemnização compensatória dada pelo estado tenderá a diminuir como já aconteceu em 2012, quando teve um corte de 63%.
a melhoria de resultados operacionais será “vã e mais que absorvia pelos crescentes custos financeiros que irão, se nada for feito, asfixiar totalmente a empresa”.
por isso, recomenda medidas de saneamento financeiro e que o governo negoceie com as entidades financeiras envolvidas para “resolver, ainda que parcialmente, os elevados encargos incorridos com os contractos de swap negociados pela empresa”.
de acordo com o relatório, “os custos financeiros suportados pela carris ameaçam a sustentabilidade financeira da empresa. o agravamento destes custos reflectiu-se no valor contabilizado em 2011, 51 milhões de euros. isto traduziu-se num agravamento significativo face aos anos anteriores, quando o seu montante atingiu 30 e 32 milhões de euros para 2010 e 2009. a dificuldade de refinanciar a dívida de longo prazo vencida, assim como as perdas avultadas nos contractos de swap, estiveram na base deste aumento dos gastos de financiamento em 68,8%”.
o tc explicita que em 2005, 2006 e 2007, estes instrumentos de cobertura de risco geraram, fluxos financeiros líquidos positivos de 1,6 milhões de euros, 5,5 milhões de euros e 9 milhões. “com a descida das taxas de juro em 2009, o fluxo financeiro líquido foi de -5,0 milhões de euros, em 2010, de -15,6 milhões de euros e em 2011 de -13,8 milhões de euro”.
este cenário traduziu-se num “encargo adicional de montante assinalável” para a empresa pública, que acabou por, em 2011, anular os 15,2 milhões de euros de resultados operacionais alcançados em 2011.
“foram absorvidos pelos custos financeiros que a empresa teve de suportar, empurrando os resultados líquidos para valores negativos em 29 milhões de euros”, mostra a auditoria.