de cada vez que os consumidores foram ao supermercado, o volume de artigos postos no carrinho diminuiu 4,9%. “é a primeira vez que temos uma queda desta magnitude no volume dos produtos de grande consumo. este é o sector que mais resiste à crise. deve ser a quebra mais acentuada dos últimos 20 ou 30 anos”, refere paulo caldeira, um dos directores da consultora.
desde o final de 2011 que estas categorias de artigos já davam sinais de quebra, mas nunca tão acentuada. nas últimas décadas, os bens de grande consumo até haviam ganho preponderância, com a diversificação da oferta.
“este já é um ajuste muito importante das famílias. não estamos a falar de comprar menos roupa ou carros. estamos a falar do que é básico, onde 84% é alimentação”, reforça a outra directora, sónia antunes.
a análise semestral da kantar mostra que o consumidor português está em ‘modo de sobrevivência’: compra o essencial, foca-se na alimentação, corre pelos melhores preços e promoções, reduz stocks e gastos supérfluos. por cada acto de compra, a aquisição de azeite caiu 25,7%, a farinhas diminuiu 12%, a de pão 9,5%, e a de fruta 7,4%.
feitas as contas, a quebra do volume consumido em portugal já alcançou a da grécia, cujo pico da queda do consumo destes bens (-3,9%) aconteceu no segundo semestre de 2012. na irlanda, a maior redução foi de 1,5%, no primeiro semestre de 2011, e a maior quebra em espanha – que actualmente já não está a perder volume nos bens de grande consumo – foi de 1,1%.