escolhemos hoje três brancos da península de setúbal e começamos por um histórico, o periquita, que é a mais antiga marca portuguesa de vinho de mesa. em 1846, josé maria da fonseca comprou a cova da periquita (hoje praticamente ‘engolida’ pelo desenvolvimento urbano) e foi aí que nasceu o periquita, que tanto sucesso tem feito. quanto ao periquita branco, foi lançado pela primeira vez com a colheita de 2004 e hoje temos aqui na nossa presença a de 2012. com aroma a alperce, pêssego, algum melão e banana, tem um paladar suave e acidez equilibrada. deve ser bebido enquanto jovem. a complexidade aromática vem das castas moscatel de setúbal e verdelho, com o viognier a dar-lhe frescura e o viosinho acidez.
outro vinho também com história é o bse (branco seco especial) 2012, que é produzido desde 1947 e o seu blend era então composto por uma maior percentagem da casta fernão pires, que dava ao vinho um aroma muito frutado. a casta que predomina hoje no blend é a antão vaz, menos exuberante na fruta. acidez equilibrada, com a ajuda do arinto, e aroma a banana, ananás e mineral. deve igualmente ser bebido enquanto jovem.
por último, apresentamos o quinta de camarate branco seco 2012, originário da quinta com o mesmo nome, situada em azeitão, e que nos seus 110 ha tem 50 plantados com vinha e o restante para pasto das ovelhas que dão origem ao famoso queijo de azeitão. destaque-se que nesta propriedade foram plantadas, para além das castas destinadas à produção, mais 500 variedades portuguesas e estrangeiras que constituem a colecção ampelográfica da casa josé maria da fonseca. até ao início da década de 90, este vinho era feito a partir de moscatel de setúbal, riesling e gewurztraminer, mas as duas estrangeiras foram substituídas por loureiro e alvarinho (da região dos verdes) e em 2007 o loureiro foi substituído por verdelho, para lhe dar mais complexidade. é um vinho muito mineral, com grande frescura, suave e com boa acidez. consome-se também enquanto jovem.
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