há electrodomésticos para todos os gostos, aparelhos de som, relógios, artigos de papelaria de escritório e, em breve, serão lançados artigos para casa. e a preços, em média, entre 20 a 70% inferiores aos dos mesmos artigos no mercado.
foi com o projecto sales after sales (salesaftersales.com) que dois antigos directores da retalhista makro voltaram ao mercado de trabalho. no ano passado, a empresa desviou para espanha o seu departamento de compras na área não alimentar e caetano beirão da veiga e paulo bernaud, hoje com 45 anos, ficaram desempregados.
“fui o primeiro a sair e tentei não perder o ritmo, ia ao escritório e comecei a trabalhar na hipótese de montar uma empresa minha”, conta caetano beirão da veiga, que foi director de compras na singer e durante anos responsável de compras da área não alimentar da makro. um dia, durante um café, caetano e o antigo colega paulo bernaud chegaram à conclusão que podiam unir esforços.
a aposta passaria pelo mercado da internet, que cresce a um bom ritmo. “começámos a trabalhar nessa ideia de trabalho online, fizemos estudos, queríamos encontrar algo na área da distribuição que fosse uma oportunidade”, diz beirão da veiga. “numa altura de crise os consumidores são cada vez mais selectivos nas escolhas e preferem sobretudo comprar em outlets ou artigos a preço de saldo. aqui têm tudo”.
fizeram estudos, modelos de negócios e contactaram antigos fornecedores, clientes e marcas. no início do mês lançaram o sales after sales.
este outlet online dá aos consumidores acesso a produtos mais baratos – com as mesmas garantias e assistência técnica das lojas tradicionais – ao mesmo tempo que resolve um problema aos fornecedores e fabricantes. “muitas vezes os fornecedores não sabem o que fazer com produtos que estiveram em exposição na loja, foram devolvidos dentro do prazo, vão ser descontinuados ou fazem parte de colecções anteriores”, explica paulo bernaud, antigo gestor comercial e de produto. “os fornecedores têm muitas vezes apenas três ou quatro artigos em stock e como é difícil escoá-los nos canais tradicionais de distribuição, acabam por ser um prejuízo”.
o site arrancou no início do mês e nos primeiros dias funcionou, numa espécie de teste, quase só para amigos e conhecidos. mas já vai de vento em poupa, com cerca de uma centena de produtos para venda, que estarão disponíveis online durante uma semana.
o primeiro artigo a ser vendido foi uma chaleira eléctrica _– cuja encomenda impressa os sócios mostram orgulhosos – e a melhor venda até agora foram seis máquinas de lavar roupa. “preferimos apostar nos preços baixos e garantir uma maior rotatividade, sabendo que aquele cliente voltará”, frisa caetano.
os sócios apostam num consumidor alvo entre os 25 e os 55 anos, com os consumidores entre os 35 e os 45 anos a serem os principais compradores. até agora, o consumo feminino e masculino tem sido equilibrado.
“fazemos questão de dar a cara. queremos que os clientes saibam quem está por trás da sales after sales e que apesar de as compras serem feitas online há garantias de qualidade e de segurança”.
a divulgação do site passa muito pelas redes sociais – 98% dos utilizadores da internet em portugal têm facebook – e por newsletters que são enviadas por e-mail aos consumidores com as últimas novidades. mas, em setembro, os responsáveis querem lançar uma grande campanha de divulgação do site.
a nova empresa vive das parcerias com fornecedores e marcas e as entregas são garantidas, em 48 horas, através dos ctt. os dois sócios também dividem tarefas: paulo fica com a gestão interna e caetano tem-se ocupado mais da gestão externa.
habituado a trabalhar em grandes empresas, paulo bernaud sempre pensou ter um negócio próprio. mas admite que esta foi uma “mudança radical” de vida.
“em termos de trabalho temos características e até visões diferentes, mas completamo-nos e estamos os dois muito empenhados no projecto”, diz o antigo gestor comercial .
também caetano beirão da veiga não tem dúvidas que a parceria está a resultar. “tenho a certeza que sozinho nunca lançaria o site”.
a escolha de um nome inglês para o projecto não foi inocente: depois de portugal, a ideia é alargar o mercado.
“queremos apostar na internacionalização, primeiro com espanha através de parcerias locais que nos permitam chegar lá logisticamente e garantir as entregas”, remata caetano.
este ano esperam facturar 500 mil euros. em 2015 querem atingir uma facturação de 3,5 milhões. sempre a navegar.
joana.f.costa@sol.pt