a compra pela sogrape, em 2012, das bodegas lan, sigla que significa logroño, álava e navarra, as três regiões que constituem a rioja doc, teve por objectivo máximo o reforço da sua vocação internacional. com actividade centrada na rioja alta, a lan possui uma extensão de 72 ha de vinha localizados na margem do rio ebro e outros 36 ha na região das rias bajas, onde se produz a famosa marca santiago ruiz.
com uma produção anual de 3,5 milhões de litros e vinhos distribuídos por cerca de 50 países, o que neste momento nos importa, aos portugueses, é o facto de eles chegarem ao nosso mercado, colocando à disposição um conjunto de vinhos muito reputado e premiado internacionalmente, sob a assinatura das enólogas maria barúa (tintos) e luísa freire (brancos).
na nossa prova começámos pelo santiago ruiz 2012, um vinho branco onde a casta principal é o alvarinho, e cujas cepas crescem em solo de calhau rolado argilo-calcárico. apresenta notas de pêra e cítricos combinadas com louro e mentol. vinho mineral, acompanha mariscos, peixes e carnes brancas.
seguiu-se o lan crianza 2009, 100% tempranillo, que sofre influência atlântica. curiosidade aqui para o pioneirismo da lan, que coloca este vinho em barricas mistas de carvalho americano (nas aduelas) e francês (nos fundos). tem aromas intensos a fruta vermelha como framboesas e a baunilha, dada pelo estágio de 14 meses em barrica, e um final de boca equilibrado e fresco. acompanha enchidos e arroz.
passámos ao lan d-12, assim chamado porque os produtores tinham por costume colocar o vinho de que mais gostavam no depósito número 12. feito com tempranillo de vinhas com 20 e 25 anos, apresenta boa estrutura e acidez, e equilíbrio entre madeira e fruta, de onde se destacam notas de amoras e cereja.
o lan a mano 2009, de edição limitada, é feito a partir de cepas que crescem em terreno com restos de areia arrastada pelo rio e as suas uvas são mais concentradas. com aromas a fruta negra muito madura, tem também notas de café e chocolate e apresenta alguma mineralidade. muito boa acidez, fresco e de final largo e persistente. ideal para acompanhar carnes vermelhas assadas ou na brasa.
por último, provámos o culmen reserva 2007, que estagia em barrica francesa durante 22 meses, ficando mais dois anos em garrafa para afinar os aromas. aqui nota-se a fruta muito madura, com toques de noz moscada e canela. apresenta também mineralidade, um grande corpo e um enorme final de boca. as carnes vermelhas, os queijos curados e azuis, e até sobremesas, são os seus companheiros de eleição. só se produz em anos excepcionais.
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