Português assassinado em Maputo

Um português de 70 anos foi morto com um ferro, na madrugada de quinta para sexta-feira, quando tentava impedir um ladrão de roubar aves em sua casa, perto de Maputo. Os vizinhos lamentam a morte macabra do ‘velho Cunha’ – como era conhecido – e dizem que o seu desaparecimento representa uma grande perda para…

o caso ocorreu no distrito da katembe, no bairro chali, onde cunha vivia sozinho desde inícios da década 80. esta não era a primeira vez que o cidadão português sofria um roubo. “ele já estava cansado de ser roubado talvez seja por isso saiu para impedir o seu assassino de levar suas galinhas e patos”, contou ao sol nélia chimbene, moradora no mesmo bairro.

a vizinha apercebeu-se de que algo de errado estava a acontecer: “ouvi gritos de alguém a chorar. quando espreitei vi que os gritos vinham da casa do velho cunha”. de seguida, deu o alarme para o resto do bairro.

césar joão, um dos jovens que foram socorrer o português, relatou ao sol que chegaram a pegar o assassino mas este escapou – com ferimentos, já que os vizinhos lhe desferiram golpes na cabeça.

o indivíduo suspeito viria a ser encontrado na zona da praia e levado à esquadra pela população. “a informação da morte do cunha e a fuga do ladrão já eram de domínio de todos por isso foi fácil as pessoas identificarem o assassino”, disse césar joão. o suspeito encontra-se detido nas celas da polícia de investigação criminal da cidade de maputo.

vizinhos choram perda

a morte de cunha representa para os seus vizinhos uma grande perda. o português era uma pessoa muito querida na comunidade. segundo nélia chimbene, cunha era uma pessoa muito trabalhadora e que ajudava a vizinhança. “estava sempre a trabalhar. não importava a temperatura. trabalhava sob o calor intenso de 30, 40 graus. e estava sempre pronto para nos apoiar. oferecia-nos galinhas, alface…”, recorda nélia.

a vizinha revela ainda que cunha costumava dizer que, quando morresse, o seu património devia passar para a embaixada de portugal. o português era proprietário de três casas de criação de aves e não teria mulher nem filhos. “ele apenas costumava falar de um irmão que está em portugal mas nunca veio a moçambique porque não tem condições financeiras”, disse nélia.

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