a taxa a 10 anos esteve praticamente estagnada na casa dos 6,3% desde 22 de julho até ontem. é já o período mais longo de estabilidade deste indicador desde meados de 2011 (ver gráfico). este valor é ainda considerado elevado para os investidores, mas está abaixo da taxa de 7,5% que a dívida portuguesa atingiu nos dias seguintes aos pedidos de demissão de vítor gaspar e paulo portas.
a dívida portuguesa, tal como a de outros países periféricos, tem sofrido uma elevada volatilidade desde o início da crise do euro, com fortes subidas e descidas. e nunca, como desde julho, resistiu durante um mês com mesmo valor. desde a intervenção externa, o ponto mais alto deu-se em janeiro de 2012, quando os juros a 10 anos superaram 15%. o mais baixo ocorreu já este ano, em maio (5,2%).
a menor pressão dos mercados fez-se também sentir nas emissões de dívida feita pelo governo, esta semana.
o estado conseguiu mil milhões de euros em dois leilões. a procura superou a oferta em mais de duas vezes e os custos de financiamento desceram.
dos mil milhões, 700 milhões foram emprestados com um prazo de um ano – ou seja, já sem a protecção do dinheiro da troika – a um juro de 1,619%. é uma taxa inferior à última operação semelhante, realizada em junho, antes da crise política (1,72%).