A morte de António Borges

Só ontem, pelo DN, reparei que as redes sociais e a Internet se encheram de comentários de satisfação pela morte do economista António Borges (distracções das minhas férias). Ora esta morte, como outras, sobretudo depois do que vi no DN, fazem-me lembrar o também falecido Dr. João Camossa de Saldanha a citar o igualmente já…

as personalidades públicas interrogadas sobre o assunto, não regatearam elogios a borges – agora com a certeza de que está morto. até marcelo rebelo de sousa, a quem ouvira criticas ásperas a ele, ignorou agora reservas que pusera à importância de lugares que ocupara (penso que no goldman sachs e no fmi), para se centrar em elogiar a sua acção como reitor do insead, em paris.

não me atreveria a dizer que foi um homem de convicções fortes, por me lembrar que secundou manuela ferreira leite enquanto líder do psd, e que ela nunca escondeu a sua total oposição a passos coelho e às suas propostas liberais. mas teve certamente imensas outras qualidades. também penso que não é necessário elogiar-lhe o apoio que deu ao fracassado aumento das tsus, ao fim da estação pública rtp, ou à defesa que fez de salários baixos para solucionar o desemprego.

enfim, fico-me pelo caracala citado por camossa: estando já morto, merece-nos todas as homenagens, e talvez o esquecermos muitas das suas posições.