Pires de Lima quer investimento angolano institucional e privado

Ministro da Economia escolheu Angola e Moçambique como destinos da primeira deslocação oficial. Esteve com governantes em Luanda e garantiu que Portugal está aberto a investimentos angolanos.

reafirmar a abertura de portugal para receber investimento angolano institucional e privado, agilizar a entrada de empresas portuguesas em angola e manifestar o interesse luso em contribuir para desenvolver a economia local foram alguns dos temas que o ministro da economia português abordou na sua visita desta semana ao país.

“existem dossiês e matérias que podem afectar a competitividade das empresas portuguesas na entrada neste mercado, por isso requerem um diálogo constante, mas esse diálogo deve ser discreto, para que seja eficiente e produza resultados positivos para ambas as partes”, sublinhou antónio pires de lima ao sol, sobre a sua primeira deslocação oficial ao estrangeiro após a tomada de posse, há cerca de um mês.

pires de lima manteve encontros com altos responsáveis angolanos, entre os quais os ministros da economia, da indústria e do comércio, e com a agência nacional para o investimento privado. e acabou por lançar a ideia de criar um observatório para ajudar a concretizar os investimentos recíprocos nos dois países.

“vamos dar agora os primeiros passos para que, já durante o último trimestre de 2013, este grupo de trabalho, que terá como responsabilidade primeira ajudar a operacionalizar a execução de investimentos pendentes, possa estar em funcionamento”, afirmou o ministro, citado pela lusa. no futuro, este órgão deve reportar à vice-presidência angolana e ao vice-primeiro- ministro de portugal.

cooperação mútua

na visita, pires de lima aproveitou também para passar “a mensagem de que as empresas portuguesas estão disponíveis, e interessadas, em continuar a participar activamente no desenvolvimento de angola, num conjunto alargado de sectores e de indústrias”, segundo disse ao sol.

o governante acredita em parcerias entre portugal e angola em áreas como gestão, engenharia, consultoria, produção agrícola e alimentar, distribuição e novas tecnologias de educação e conhecimento. “há muitas oportunidades também fora de luanda, nas províncias, e em muitos sectores”, frisa. ao mesmo tempo, lembra que “portugal tem também vindo a receber importantes investimentos angolanos, e é importante reafirmar que portugal está aberto ao investimento angolano, institucional e privado”.

na agenda estiveram ainda as trocas comerciais. angola é o principal mercado extracomunitário para as exportações lusas, mas as expedições angolanas para portugal também estão a crescer. “verifica-se um equilíbrio da balança comercial no primeiro semestre deste ano, o que revela um entrosamento e uma interligação crescente entre ambas as economias”, nota.

depois de visitar angola, o governante seguiu para moçambique. além de contactos com entidades locais, participa na feira agrícola, comercial e industrial de maputo (facim), onde estão mais de 150 empresas portuguesas. na abertura do evento já tinha estado o vice-primeiro- ministro, paulo portas, que acompanhou o presidente da república moçambicano numa visita aos expositores lusos. “queremos ser parte do processo de desenvolvimento [de moçambique]”, salientou portas.

ana.serafim@sol.pt