a campanha surpreendeu pelo tom dramático e pela participação de figuras públicas. e mostra como os antigos alunos do cm cerraram fileiras. “a campanha ronda os 35 mil euros e sai do bolso de alguns antigos alunos”, diz antónio reffóios, que lidera a associação dos antigos estudantes. “muitas das entidades envolvidas ofereceram o seu trabalho pro bono e temos tido reacções muito positivas”.
um dos participantes nos anúncios – montados em oito dias – foi garcia leandro: “aderi de imediato porque me oponho totalmente a esta reforma”, disse ao sol o general, que andou no colégio entre 1950 e 1957 e que teve duas das três filhas a estudar no instituto de odivelas. “é uma reforma tsunami, feita por um ministro que não conhece nada de defesa e que vai pôr em causa uma instituição perfeitamente capaz de ser sustentável”, critica, acusando aguiar-branco de acabar com o colégio “mais conhecido do país”, transformando-o numa “marca branca”.
formou ‘mais políticos de esquerda do que de direita’
o conhecido escritor e poeta josé fanha, que também deu a cara na campanha, lamenta que a reforma ponha fim ao espírito do cm. “não é só académico, é um contributo humano, de valores único no país”, argumenta, salientando que a disciplina do colégio foi fundamental ao longo da sua vida. “este colégio forma líderes fortes e isso incomoda líderes fracos”, remata, defendendo que a imagem da instituição está envolta em preconceitos. “do colégio, até saíram mais políticos de esquerda do que de direita”, diz o antigo militante da udp.
o ministério da defesa também já apostara em anúncios para promover as escolas militares. fez uma campanha no final de julho, na tv, a promover as três instituições, que custou 80 mil euros. no anúncio, diz-se que os antigos alunos do exército aparecem não em capas de revista, “mas nos livros de história” e que 30% dos candidatos às instituições “falham nos testes de admissão”.