o executivo de atenas anunciou, após o seu resgate pela troika, que iria cortar 150 mil empregos na função pública através da extinção de contratos a prazo e congelamento de admissões. o rácio aplicado na grécia foi de uma entrada por cada dez saídas no estado, muito acima de uma entrada por cada duas saídas vigente em portugal. também a irlanda avançou com um corte de 10% no número de trabalhadores públicos, o que levou à saída de mais de 25 mil funcionários do estado.
o despedimento de funcionários e o corte de salários e pensões foram as medidas de austeridade impostas pela troika que maior contestação social criaram ao longo da crise do euro. na grécia, o salário mínimo foi cortado em 22% e o vencimento na função pública caiu 15%. esta medida juntou-se à suspensão dos subsídios de férias, natal e páscoa. o rendimento disponível das famílias gregas caiu 25% desde 2009. quanto às pensões, atenas decidiu extinguir as dezenas de regimes que existiam, concentrando-os em apenas três. na irlanda, as pensões sofreram uma redução de 10%.
a dose de austeridade total aplicada nestes dois países, seja através de corte de despesa pública ou aumento de impostos, já totalizou 20% do pib (50 mil milhões na grécia e 33 mil milhões na irlanda).
em portugal, na primeira fase do programa de assistência, a principal estratégia do governo para o corte na despesa foi a redução de salários, suspensão de subsídios e corte nos gastos com saúde, educação e apoios sociais. a redução do número de funcionários públicos e a convergência do sistema de pensões passou para a fase final do programa, integrando o que o executivo chama de reforma do estado.
medidas de austeridade:
grécia:
estado
redução de 150 mil empregos na função pública, através do congelamento de admissões e fim de contratos a prazo.
salários
corte de 15% nas remunerações da função pública e eliminação dos subsídios de férias, natal e páscoa. redução de 22% no salário mínimo.
pensões
idade da reforma subiu de 60 para 65 anos (ou de 55 para 60 em determinadas profissões). concentração de dezenas de regimes de pensões em apenas três.
irlanda:
função pública
corte de 25 mil funcionários até 2015 (10% do total).
pensões
corte de 10% nas reformas.
vencimentos
redução de 10% nos salários da administração pública.
apoios sociais
cortes de 10% nos abonos de família. redução nas despesas de saúde, educação e segurança social.